São Paulo – O Brasil registra a maior expansão de importações do mundo entre as principais economias nos últimos cinco anos. Diante de um real valorizado e principalmente a expansão do consumo doméstico, o Brasil se transformou pela primeira vez no 20º maior importador do mundo. Dados da OMC apontam que a economia nacional mais que dobrou o volume de importações desde 2005. A expansão superou inclusive as importações na China e, no que se refere à importação de serviços, o Brasil apresentou o maior crescimento mundial em 2010. Segundo a OMC, com o real valorizado, os gastos de brasileiros com viagens ao exterior aumentaram em 51%. A expansão nas importações fez o Brasil voltar ao cenário do início dos anos 70, quando o País ainda dependia das importações de petróleo.
Naquela época, as compras brasileiras representam 1,2% da importação internacional.
O percentual caiu de forma importante e, em 2003, era de apenas 0,7%. Hoje, a taxa só é inferior ao cenário do Brasil pós-Segunda Guerra Mundial quando, ainda sem uma indústria consolidada, a economia era obrigada a importar praticamente tudo. Em apenas um ano, entre 2009 e 2010, a participação do Brasil na importação mundial passou de 1,1% para 1,3% Em termos gerais, o aumento de 43% nas importações de produtos do país no ano passado foi o terceiro mais elevado entre as maiores economias e teve uma expansão duas vezes superior à media mundial em 2010 em valores. A invasão de produtos estrangeiros no Brasil teve uma alta superior ao que foi registrado nos demais países dos Brics (China, Índia e Rússia e África do Sul). A OMC destaca dois aspectos que explicariam o boom nas importações. De um lado, o real sofreu uma valorização de 15% no ano, tornando produtos importados mais competitivos.
Outro fator é a expansão da economia, do crescimento do consumo privado e dos investimentos de empresas que acaba implicando na necessidade de importar máquinas. Nos últimos cinco anos, o aumento médio de importações no Brasil foi de 20% por ano.