O País deve fechar a safra 2010/2011 com vendas externas superiores aos 34,2 milhões de sacas, um recorde para o setor nacional – São Paulo A cafeicultura brasileira, que deve exportar mais de 34 milhões de sacas de café nesta safra 2010/2011, está otimista em relação à rentabilidade do produtor. A expectativa do setor é que essa margem mais folgada seja revertida em ganhos de produtividade e qualidade nas próximas safras, para atender, principalmente, a crescente demanda dos países emergentes como Vietní, Índia, Indonésia, México, Etiópia e Colômbia. Nos últimos 12 meses o Brasil exportou cerca de 34,2 milhões de sacas de 60 quilos de café, e obteve uma receita de US$ 6,7 bilhões. Para a safra 2011/2012, que começará em julho deste ano, os volumes devem ficar menores por conta da menor safra estimada, dado a bianualidade da cultura. Acho que o próximo ano a safra deverá ter uma redução de volume, é difícil manter a performance de exportação de 34 milhões de sacas até porque a safra projetada é de 44 milhões de sacas, afirmou João Antônio Lian, presidente do conselho deliberativo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Na safra atual, a receita com as exportações deve fechar com o recorde de US$ 7 bilhões, dado principalmente aos altos preços das commodities no mercado internacional, que segundo Lian devem seguir até a próxima safra. Apesar da expectativa de exportações menores em 2012, a receita deve ficar até maior que os US$ 7 bilhões deste ano. A redução na quantidade pode dar uma sustentação nos preços do café. Acredito que a menor quantidade será compensada com uma receita maior, contou. Para Lian, os baixos estoques no mercado mundial devem seguir até a safra 2012/2013, e isso manterá os preços altos. E o Brasil, já considerado um dos grandes produtores mundiais de café de qualidade, deve ver bons índices de rentabilidade ao produtor. As duas próximas safras nos mostram que será um perãodo de capitalização para os produtores, o que deve gerar uma produção maior e melhor. Para isso devemos investir também no aumento do consumo de países emergentes, garantiu. A maior rentabilidade do produtor deve gerar investimentos, por parte dos produtores, em qualidade e produtividade do café. Lian comentou que este é o maio desafio do setor para continuar crescendo. É preciso fazer o pequeno produtor investir na produtividade e na qualidade. Então o pequeno agricultor que representa a maioria dos produtores do Brasil tem que aumentar a produtividade com qualidade para atender a crescente demanda, frisou o executivo. A aposta no aumento do consumo dos países emergentes e no mercado interno parece mesmo a palavra de ordem do setor. Na Indonésia o aumento do consumo de 2006 a 2010 foi de 21,2%, ou seja chegou a 3,3 milhões de sacas. Na Índia o aumento foi de 16% nesse perãodo que representa um consumo de 1,5 milhão de sacas, ante o 1,3 mi visto em 2006. No México houve incremento de 25%, com consumo atual de 2,3 milhões de sacas por ano. E no Vietní o consumo cresceu impressionantes 91%, passando de 829 mil toneladas em 2006, para 1,6 milhão no ano passado No Brasil o consumo ficou em 19,1 milhões de sacas em 2010, contra os 18,4 milhões vistos em 2010. A temporada 2011/2012 é um ano de baixa do ciclo bianual do café no Brasil, que é o maior produtor mundial do produto, com safra oficialmente estimada para cair em 4,5 milhões de sacas ante 2010/2011, o País deve registrar 43,5 milhões de sacas de 60 quilos. A expectativa para os próximos anos é boa, e isso deve ajudar no movimento de recomposição de estoques. O produtor brasileiro vendeu essa safra com preços altos, na medida que ele vendeu essa safra assim ele já pode comercializar a próxima safra a preços ainda bastante remunerativos, e estará mais capitalizado para a safra 2011/2012. No qual devemos chegar a 43,5 milhões de sacas, comentou o presidente do Cecafé, Lian.