Em julho de 2025, Brasil e China firmaram um Memorando de Entendimentos voltado à realização de estudos técnicos, econômicos e ambientais para viabilizar um corredor ferroviário bioceânico, interligando o interior do Brasil ao Oceano Pacífico. A ferrovia ligará o município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ao porto de Chancay, no Peru, no Oceano Pacífico.
Tal integração será viabilizada a partir de trechos ferroviários já existentes dentro do território brasileiro, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga o Porto Sul, em Ilhéus (BA), a Mara Rosa (GO), bem como pela Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que seguirá até Lucas do Rio Verde, conectando-se à Ferrovia Norte-Sul.
A partir desse ponto, a ferrovia cruzará os estados de Rondônia e Acre até alcançar a fronteira com o Peru, onde já há integração rodoviária por meio da BR-364 e da BR-317 no lado brasileiro, e da rodovia IRSA Sur no lado peruano, chegando ao porto de Chancay, recentemente inaugurado e situado a cerca de 70 km da capital Lima. Com essa extensão, o projeto irá adquirir caráter bioceânico, promovendo a ligação ferroviária entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
O objetivo central da iniciativa é fortalecer a integração logística e modal da América do Sul, permitindo o escoamento da produção nacional diretamente para a Ásia sem depender exclusivamente do Canal do Panamá. Espera-se, com isso, a redução de custos logísticos e do tempo de exportação em até duas semanas, beneficiando especialmente o setor de commodities.
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de estudos de viabilidade, com prazo inicial estimado em cinco anos e ainda não há definição sobre o traçado definitivo, cronograma de obras, estrutura de financiamento ou modelo de contratação (concessão, PPP ou outro).