O diretor de Transportes Marítimos da Transpetro, Agenor Junqueira, disse durante a Navalshore que o Brasil tem demanda de investimentos de R$ 1,14 bilhão em novos estaleiros. O país, explicou, tem necessidade de construir mais dois estaleiros para reparos, sendo um de médio porte e outro de grande porte, e dois estaleiros para a construção de embarcações, de médio e grande porte. Anualmente, 4,6 mil navios operam no Brasil sem unidades de reparo disponíveis. Estamos bastante carentes. Para cada docagem de Suezmax ou reparo de emergência, temos que arranjar carga para o navio ir para fora (do país), porque não conseguimos fazer docagem aqui. Há oportunidades para estaleiros de reparos e navipeças, disse.
Segundo Junqueira, seriam necessários investimentos de US 200 milhões para construir um estaleiro de reparo de médio porte, com capacidade para navios Suezmax de até 170 mil tpb, e US$ 250 milhões para estaleiro de grande porte, com capacidade para docagem de navios VLCC de até 300 mil tpb. Ambos os estaleiros teriam área de 500 mil metros quadrados e dois mil funcionários. O estaleiro de construção de médio porte exigiria investimentos de US$ 90 milhões, com área de 350 mil metros quadrados, capacidade de construir embarcações de até 30 mil toneladas de porte bruto e 1,5 mil a 2 mil funcionários. Já o estaleiro de construção de grande porte exigiria US$ 600 milhões de investimento, com área de um milhão de metros quadrados e capacidade para produzir navios de até 300 mil tpb. As obras poderiam ter até 90% de financiamento do Fundo de Marinha Mercante, garantiu. Para o diretor da Transpetro, as novas unidades poderiam estar operando dois anos após o início das obras.
Junqueira disse ainda que o primeiro Suezmax com capacidade de 160 mil toneladas de porte bruto contratado pela subsidiária da Petrobras ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS) deve ser entregue em meados do primeiro semestre de 2010. Ele exibiu fotografia do primeiro bloco de fundo duplo da embarcação no dique seco do EAS. Pouca gente acreditou neste conceito de estaleiro virtual, e o EAS, após investimento de R$ 1,5 bilhão, tem área de 1,62 milhão de metros quadrados – é o maior do hemisfério sul – e capacidade de processar 160 mil toneladas de aço por ano. O dique está um terço pronto, o primeiro bloco já está na cabeceira, com acabamento avançado, preparado e já na posição. Brevemente haverá solenidade de batimento de quilha, comemorou.
Ele informou que, somente para a construção dos 49 navios previstos no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, foram exigidas a compra de 680 mil toneladas de aço, dos quais 240 mil tonelada apenas na segunda fase do programa. Já compramos 88 mil toneladas, entre Brasil, China, Ucrânia e Coréia. Deste total, 40% foi comprado no Brasil. O preço do aço tem uma volatilidade imensa, mas nós fizemos anegociação e conseguimos comprar sempre pelo melhor preço. Vamos negociar com as empresas nacionais sempre que oferecerem preços competitivos, afirmou.