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Clippings - 09/07/09

Brasil reduzirá tarifas do comércio com a África do Sul

O Brasil pretende manter a posição de principal parceiro comercial com a África do Sul, afirmou Ivan Ramalho, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). Para isso, o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Welber Barral, disse com exclusividade ao DCI que serão necessárias medidas para ampliar o comércio bilateral, como a assinatura de um acordo para diminuir as tarifas de exportação dos países.

Temos um acordo que visa à redução nas tarifas alfandegárias, para que os produtos brasileiros tenham maior inserção e competitividade no mercado sul-africano e vice-versa. O ministro Miguel Jorge deve assinar o acordo comercial em setembro, quando irá à África, explicou Barral.

O Brasil faz parte do Mercosul, e para fazermos uma redução nas tarifas alfandegárias temos que incluir o Mercosul, no caso específico da África do Sul, já existe um acordo preestabelecido entre os países do bloco econômico da América Latina e o bloco africano, que está sendo referendado pelo congresso, relatou Ramalho.

A vice-ministra de Comércio e Indústria do País, Thandi Tobias, disse durante o evento entre os secretários do Mdic e a delegação sul-africana, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que 37 empresários de diversos setores a acompanharam durante sua vinda ao Brasil.

Segundo ela, os empresários estão interessados no mercado brasileiro, principalmente nos setores têxtil, de agronegócio e automóveis. Nós viemos ao Brasil procurando oportunidades de investimento e de comercialização dos nossos produtos. Além disso, esse encontro abre as portas para a reunião de setembro com o ministro brasileiro que será extremamente importante para a ampliação dos contratos comerciais, ponderou Tobias.

Nós temos feito um esforço grande de ampliação de comércio com a África do Sul, por meio de investimentos no país e com a diversificação da pauta de exportações. O governo brasileiro vê um grande potencial no mercado sul-africano, relatou Barral.

Em seu discurso, o diretor de promoção de investimentos do ministério do comércio e indústria da África do Sul, Sadiq Jaffer apresentou a projeção de crescimento de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o que representa uma queda de 27,45% em comparação com o resultado do ano passado.

Segundo ele, a China e a Índia serão os únicos países que estarão à frente da África do Sul, este ano, em razão da crise global.

De acordo com as informações do diretor de promoção, a balança comercial da África do Sul com o Brasil foi deficitária em US$ 1.776 bilhões no ano passado, sendo que as vendas somaram US$ 1.079 bilhão e as compras US$ 2.856 bilhões. Para ele o equilíbrio deve acontecer, contudo as importações devem ser mantidas; o que deve aumentar é o número de exportações sul-africanas.

A balança não deve equilibrar em curto prazo, pois há uma grande diferença a favor do Brasil. Com as missões econômicas entre os países, os acordos que serão firmados, podemos ter um crescimento grande da corrente de comércio. Contudo, é ideal que cresçam a compras e vendas. Não vemos problema na redução do desequilíbrio, disse Ramalho.

Durante o encontro, a representante das 12 vinícolas do País africano, Alba Botha, da CWM, anunciou que pretende investir inicialmente mais de US$ 200 mil para a distribuição dos produtos no país, fato que deve acontecer até setembro deste ano. O Brasil só conhece a Amarula [licor feito no País], vamos trazer os saborosos vinhos. A intenção é atingir o Brasil inteiro, e todas as classes sociais. Estamos em fase de aprovação do produto, e esperamos também a redução de tarifas para aumentarmos a competitividade dos nossos vinhos perante aos demais vinhos mundiais vendidos no Brasil, informou a representante sul-africana.

São vários os interesses na África do Sul, temos muita complementaridade entre os países. Na parte de comércio de bens, temos a área automotiva, adubos e fertilizantes, por exemplo, que estão crescendo muito. Fora isso, no Sudão, país vizinho, vendemos este ano 30 usinas de etanol, e devemos seguir este caminho com os sul-africanos, com a divulgação forte do etanol a partir do milho, concluiu Barral. (DCI – A4
08/07/2009)