unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 24/03/25

Brava pretende ultrapassar os 100 mil boed a partir de 2027

De acordo com Rodrigo Pizarro, CFO da Brava Energia, o aumento da produção alinhado a uma alavancagem baixa, entre outros fatores financeiros, poderá propiciar um ambiente para o pagamento de dividendos

Rodrigo Pizarro, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Brava Energia (Foto: Divulgação)

A Brava Energia está se preparando para passar dos 80 mil boed em breve e, a partir de 2027, dos 100 mil boed, informou Rodrigo Pizarro, diretor Financeiro e de Relações com Investidores, em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre e do ano de 2024, realizada nesta sexta-feira (21).

Em 2024, a companhia produziu uma média de 55,6 mil boed, representando um aumento de 13% ante a média de produção de 2023 (49,2 mil boed).

“A gente vai começar a ver os efeitos dos dois poços em Papa-Terra e dos dois poços em Atlanta [que fazem parte da campanha integrada da Brava] no último trimestre de 2026. Entraremos em 2027 já com esses quatro poços em operação, e isso mais do que compensa qualquer declínio visto em 2025 e nos primeiros trimestres de 2026. Em 2027, só com o que já está contratado, temos um potencial de chegar a um volume bem mais expressivo que 100 mil boed”, disse Pizarro.

O aumento da produção alinhado a uma alavancagem baixa, entre outros fatores financeiros, poderá propiciar um ambiente para o pagamento de dividendos, segundo o executivo. “Como a gente tem a intenção de manter um patamar de capex próximo a US$ 500 milhões, isso permite incremento de produção ano a ano, ao longo dos próximos três anos, porém permitindo uma geração de caixa na última linha pós capex positiva. Positiva esse ano, potencialmente mais positiva em 2026, e ainda mais em 2027”, disse Pizarro.

A decisão final de investimento para a campanha integrada de Papa-Terra e Atlanta foi anunciada pela Brava no final de fevereiro. Além desses quatro poços, a campanha conta com opção de desenvolvimento da descoberta de Malombe por meio da perfuração de um poço e interligação à plataforma de Peroá, via tie-back. O início das atividades está previsto para o quarto trimestre deste ano.

Curto prazo

Ainda neste semestre, a Brava pretente implementar solução para otimizar os sistemas de tratamento de óleo e estabilizar a geração de energia do FPSO de Papa-Terra a partir do gás produzido, reduzindo o consumo de diesel e permitindo a retomada gradual de produção dos demais poços conectados às unidades flutuantes do campo (no caso, o FPSO e o TLWP). O plano contempla a abertura de três poços (já perfurados) no campo de Papa-Terra no mês de abril.

No campo de Atlanta, a companhia planeja concluir a conexão dos quatro poços remanescentes (2H, 3H, 4H e 5H), que já produziram por meio do FPSO Petrojarl I, durante este semestre. Atualmente, o FPSO Atlanta opera através de dois poços (6H e 7H). Além desses seis poços, outros dois – que fazem parte da campanha integrada – devem iniciar sua produção a partir do primeiro trimestre de 2027.

Ainda no âmbito offshore, o campo de Manati, do qual a Brava possui uma parcela não operada de 45%, deve retomar sua produção neste mês, tendo em vista que a ANP já emitiu as autorizações necessárias, segundo a companhia. A produção do ativo foi paralisada em março de 2024 para adequação de equipamentos em atendimento a requisitos da agência reguladora. O campo é operado pela Petrobras (35%), em parceria com a Geopark (10%), GBS Storage (10%) e com a Brava.

Onshore

O diretor de Operações Onshore da Brava, Jorge Boeri, disse que a companhia está trabalhando num projeto-piloto de injeção de nitrogênio nos campos de Fazenda Belém, Estreito e Alto do Rodrigues, localizados na Bacia Potiguar, com o objetivo de aumentar o fator de recuperação do óleo extra pesado desses campos.

Nos campos de Salina Cristal e Canto do Amaro, também situados na Bacia Potiguar, a Brava está estudando a injeção de polímeros para o primeiro semestre de 2026, também com o objetivo de aumentar o fator de recuperação. “Nós assinamos um Memorando de Entendimento com um fornecedor para esse projeto. E esses são campos de óleo pesado”, disse Boeri.

Ativos

O portfólio offshore da Brava é composto pelos campos de Papa-Terra (62,5%, operada), na Bacia de Campos; Atlanta (80%, operada), na Bacia de Santos; Polo Peroá (100%, operada), na Bacia do Espírito Santo; Parque das Conchas (23%, não-operada), na Bacia de Campos; Manati (45%, não-operada), na Bacia de Camamu; e Pescada e Ubarana (35%, não-operada), na Bacia Potiguar.

Já o portfólio onshore é formado pelo Complexo Potiguar, que reúne os campos de óleo e gás natural em terra e águas rasas na Bacia Potiguar, como Macau, Canto do Amaro, Alto do Rodrigues, Estreito, Salina Cristal e Fazenda Pocinho; e o Complexo Recôncavo, que reúne os campos de produção de óleo e gás natural em terra na Bacia do Recôncavo, como Água Grande e Candeias.

Financeiro

A Brava Energia reportou uma receita líquida de R$ 1,9 bilhão no quarto trimestre de 2024, representando uma redução de 14,3% ante o quarto trimestre de 2023 (R$ 2,2 bilhões), e uma receita líquida total de R$ 10 bilhões em 2024, representando um crescimento de 44% ante 2023 (R$ 7 bilhões).

A companhia teve um prejuízo de R$ 1 bilhão no 4T24, diferente dos R$ 474 milhões de lucro líquido do 4T23, “principalmente impactado pela desvalorização do câmbio”, segundo a Brava. Ao todo, em 2024, a empresa teve um prejuízo de R$ 1,1 bilhão no ano, ante o lucro de R$ 379 milhões visto em 2023.

Fonte: Revista Brasil Energia