A Caixa Econômica Federal, controladora do fundo que comprou ontem os títulos imobiliários para a revitalização da zona portuária do Rio, vai leiloar parte dos Cepacs (certificados de potencial adicional construtivo). Único concorrente no leilão realizado ontem, o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, controlado pela Caixa com recursos do FGTS, arrematou os 6,4 milhões de Cepacs pelo valor mínimo: R$ 3,5 bilhões. O repasse à Prefeitura do Rio chegará a R$ 8 bilhões com a regularização fundiária e a venda de terrenos públicos da área. O preço inicial de cada Cepac a ser revendido pela Caixa será maior do que os R$ 545 pagos à Prefeitura do Rio. A expectativa é que o leilão ocorra até o final de julho. A Caixa estuda também trocar os certificados por unidades construídas. Temos a missão de retornar o valor investido para o nosso investidor, que é o FGTS. Vamos avaliar o melhor risco e retorno para o fundo, disse o gerente nacional de fundos especiais da Caixa, Vitor Hugo Pinto. O fundo tem preferência para a compra dos terrenos públicos. A Caixa estuda associar-se a construtoras em empreendimentos na região.
Os recursos repassados à prefeitura custearão obras na área. A mais emblemática é a derrubada do elevado da Perimetral, viaduto de 5,5 km à beira-mar, apontado pela degradação do entorno. Na cerimônia de venda dos Cepacs, o prefeito Eduardo Paes afirmou que as obras serão as maiores que a cidade já viu desde a reforma do prefeito Pereira Passos, responsável pela transformação urbana no centro do Rio. O Rio será uma cidade de muitas implosões nos próximos anos.