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Clippings - 08/12/25

Caixa tem perspectivas positivas para financiamentos ao setor naval

Banco, agente financeiro do FMM, voltou a conceder empréstimo de longo prazo após 10 anos com recursos do fundo setorial e confirma novos projetos em análise

Após voltar a financiar um projeto de longo prazo para a indústria naval depois de 10 anos, a Caixa afirma que tem perspectivas bastante positivas para o setor. O banco, um dos agentes repassadores de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), considera que a atividade vem sendo impulsionada pelos investimentos no segmento offshore e pelo crescimento da navegação interior, que além de ganhos logísticos, contribui para a redução das emissões de gases poluentes. Para a instituição, esse cenário abre espaço para projetos inovadores, alinhados às demandas de eficiência e competitividade da economia nacional.

“A Caixa tem recebido consultas para novos financiamentos no setor, com projetos em análise e em etapas preliminares. Por questões de sigilo bancário e especificidades de estruturação, não comentamos operações em andamento, mas reforçamos que há um pipeline relevante, evidenciando o potencial de crescimento do segmento”, contou o vice-presidente da Caixa, Tarso Duarte de Tassis, à Portos e Navios.

Como agente financeiro do FMM, a Caixa pode financiar projetos de construção, reparo e modernização de embarcações, além da expansão e modernização de estaleiros e obras de infraestrutura portuária e aquaviária. Tassis explicou que os prazos podem chegar a 20 anos, com financiamento de até 90% do valor do projeto e taxas indexadas à TLP ou à variação da Ptax. “As garantias são negociadas caso a caso. É importante destacar que o FMM exige percentual mínimo de conteúdo nacional, embora também permita financiar itens importados, garantindo competitividade frente às linhas comerciais”, destacou o VP da Caixa.

No final de novembro, a Caixa retomou os financiamentos de longo prazo para setor naval com R$ 30 milhões para um novo rebocador construído para a Camorim, após um intervalo de mais de 10 anos. Os últimos contratos do banco nessa modalidade haviam sido firmados em 2014. Na ocasião, a Caixa ressaltou que, durante esse período, o banco manteve operações de crédito de curto prazo ao setor.

O VP da Caixa comentou que essa operação recente é fruto de um relacionamento de longa data que a Camorim possui com a instituição. Ele ressaltou que o financiamento levou em conta fatores como a viabilidade do projeto e a vida útil do ativo. “Com essas iniciativas, a Caixa reafirma seu papel como agente indutor do desenvolvimento da indústria naval e da infraestrutura logística do país, contribuindo para ganhos de eficiência, competitividade e sustentabilidade. Nosso objetivo é seguir apoiando projetos que fortaleçam a economia nacional e promovam inovação no setor”, salientou Tassis.

Ele acrescentou que, em 2025, a Caixa reforçou sua estratégia com a recriação de uma unidade dedicada à gestão de investimentos em infraestrutura privada e células especializadas na rede de atendimento de atacado, ampliando sua capacidade de atuação junto a médias e grandes empresas. Em 2023, o banco retornou ao Programa Progredir da Petrobras, que tem parcela significativa destinada ao setor naval. “A Caixa possui uma trajetória sólida no apoio à indústria naval brasileira. Historicamente, atuou em grandes projetos de infraestrutura e, mesmo nos períodos em que não financiou projetos de longo prazo, manteve operações voltadas para capital de giro”, afirmou Tassis.

O gerente financeiro da Camorim Serviços Marítimos, Leandro de Carvalho Henrique, contou à reportagem que a empresa iniciou, há cerca de dois anos, um processo de aproximação com a Caixa e conversas com cenário de utilização do FMM. Ele avalia que a análise de financiamento da embarcação avançou a partir de 2024, culminando na assinatura anunciada no último dia 25 de novembro, em Brasília.

O financiamento é referente ao segundo de uma série de cinco rebocadores azimutais, com 70 toneladas de tração estática (bollard pull) construídos no estaleiro Detroit, em Itajaí (SC). O C-Falcão (foto) foi entregue pelo construtor em janeiro deste ano e atualmente está em operação no Porto de Santos (SP).

Carvalho revela que a Camorim tem expectativas de uma nova onda de investimentos a partir de 2026. Caso a construção ocorra novamente no Detroit, é possível pleitear o financiamento via FMM, com a Caixa ou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que são os agentes autorizados para a região.

“Também temos financiamentos com o BNDES ativos. Como essas linhas sempre são de longo prazo, é natural que as empresas de navegação tenham em seus balanços financiamentos oriundos do FMM. Ano que vem, nessa possível nova onda de investimentos, Caixa e BNDES poderão ser nossos parceiros”, projetou o gerente financeiro da Camorim.

Fonte: Revista Portos e Navios