A equação logística brasileira nunca será de equilíbrio, pendendo mais para o transporte rodoviário, segundo o presidente da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística (CTLOG), Paulo Protásio. Por este motivo, de acordo com ele, é preciso incluir o sistema de hidrovias no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Já recebemos a sinalização do governo de que os projetos serão incluídos no próximo ano, afirmou.

Apesar de estar satisfeito com a indicação dada pelo governo, Protásio admitiu que muitas das obras prometidas pelo programa apresentam um andamento aquém do desejado. Há obras do PAC chegando a tempo e a hora, mas muita coisa está chegando atrasada, disse. Segundo ele, a máquina do Estado atrapalha o desenvolvimento dos projetos. Não seria, portanto, uma questão política ou de falta de recursos, de acordo com presidente da CTLOG. Para se ter uma ideia, o Ministério dos Transportes não conseguiu gastar nem a metade de seu orçamento previsto nos últimos cinco anos, argumentou.

Protásio afirmou ainda que o Brasil está muito longe de ser um país competente em termos de infraestrutura. Passamos 25 anos, uma geração, sem planejamento na área de transportes. O PAC é um primeiro avanço nesse sentido, considerou. Ele lembrou que a projeção de crescimento da produção de grãos para 450 milhões de toneladas ao ano ficou para trás, mas é possível verificar uma expansão de 2% ao ano, para 150 milhões de toneladas ao ano. Se imaginarmos bem, a oferta de transporte ficará muito aquém do que precisamos, comparou.

Para isso, no entanto, segundo o presidente da CTLOG, é preciso ter como estratégia a apresentação de alternativas, como a fluvial. Hoje, de acordo com ele, apenas 7% do transporte agrícola brasileiro é feito por meio de hidrovias. E o nosso potencial é imensurável, disse, salientando a quantidade de rios brasileiros. (Com informações Agência Estado)