Presidente da instituição defende investimentos e alteração de práticas enquanto volumes não retornam ao patamar pré-crise.
A crise econômica mundial deu uma chance para o Brasil melhorar as infra e superestrutura portuárias, afirmou ontem o presidente do CAP (Conselho de Autoridade Portuária) do Porto de Santos, Sérgio Aquino. Não fossem a queda do comércio exterior e a consequente freada na movimentação de cargas, os portos nacionais, em geral, teriam dificuldades para dar conta do recado, perto que estavam do teto de suas capacidades.
Alguns especialistas avaliam que os patamares anteriores à crise só serão retomados a partir de 2012. Devemos aproveitar esse momento para resolver os atrasos no Brasil. Não podemos perder essa janela de oportunidade, disse Aquino ontem, dia 5, ao abrir a Conferência Marítima 2009, evento realizado em Santos (SP) pela Pandibra McLintock, representante no Brasil do P&I Club, associação que reúne seguradoras internacionais de navios.
Temos muitos desafios e tonelagens que precisam ser movimentadas, o que nos obriga a sermos mais ágeis e agressivos no transporte aquaviário. Não é uma questão de opção. Um dos aspectos levantados por Aquino e imperativos para melhorar a logística é a racionalização da matriz de transporte, com a maior utilização da cabotagem nas trocas internas.
Não é justificável que produtos na região de São Paulo sejam transportados para o Nordeste de caminhão. Não é possível continuar aceitando passivamente a dependência do transporte rodoviário, afirmou o presidente do CAP do Porto de Santos.
Outro aspecto que deve receber especial atenção, de ordem mais prática, é a sincronia entre os órgãos anuentes na operação portuária. De nada adianta a Alfândega ter sistemas informatizados se os demais órgãos não sobem a bordo simultaneamente.