O Comus (Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo) discutiu, em reunião recente, o Projeto Carga Inteligente, criado com o intuito de promover soluções tecnológicas a fim de facilitar as movimentações no Porto de Santos. O sistema ainda está em processo de análise para futura viabilização.
O estudo – encomendado pela SEP (Secretaria de Portos) em parceria com a USTDA (United States Trade and Development Agency, Agência para o Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos) – foi apresentado pelo diretor da área de carga e segurança portuária da Unysis Corporation, Nishant Pillai, e teve diferentes fases de desenvolvimento, contando com a colaboração de diversas entidades e agentes do setor. Tivemos reuniões com o Camex, Receita Federal, entre outros órgãos portuários e empresas privadas, para sabermos quais as necessidades da indústria, explicou o executivo.
Entre outras inovações, o plano prevê a utilização de tecnologias de baixo custo, como etiquetas (tags), GPS e até mesmo celulares e câmeras para monitoração das cargas. Além disso, os trâmites aduaneiros serão simplificados através da integração entre os diferentes sistemas de informação vigentes, visando reduzir os processos burocráticos para o embarque e desembarque das mercadorias.
De acordo com Pillai, o aumento na eficiência dos processos logísticos resultaria em um menor tempo de espera no transporte e em benefícios para o setor público e para as companhias de transporte marítimo. O projeto também prevê melhorias ao meio ambiente, pela expectativa de redução de emissões poluentes pelos caminhões, que atualmente ficaram parados por dias no cais do porto em virtude dos congestionamentos. O projeto se chama Carga Inteligente, mas não abrange apenas tecnologia ou inteligência, é mais do que isso, disse o especialista.
Urgência
Na visão do presidente do Comus, José Cândido Sena, o Carga Inteligente vai de encontro a outras iniciativas elaboradas para agilizar as atividades portuárias em Santos, como o Porto 24 Horas – voltado para a racionalização do fluxo de contêineres – e o Porto Sem Papel, que atualmente encontra-se em fase de testes para otimizar o trânsito das embarcações no complexo santista.
Acreditamos que esse projeto seja o Porto 24 Horas implementado em sua plenitude, afirmou o executivo, destacando também a necessidade de fomentar ações concretas para incrementar a performance portuária. Os problemas de Santos são tão urgentes que não dá pra gente nesse momento ir ao interior sem uma proposta clara de redução e de racionalização dos procedimentos, acrescentou.