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Clippings - 21/12/12

Caso não afetará embarque em 2013, diz Minerva Foods

O presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti, afirmou ontem, em encontro com investidores e jornalistas em São Paulo, que o episódio de vaca louca no Paraná não terá impactos sobre as exportações brasileiras de carne bovina em 2013.

Segundo o executivo, os embargos decretados por China, Coreia do Sul, Japão, Taiwan, Arábia Saudita e África do Sul, que oficializaram barreiras à carne brasileira após a confirmação da ocorrência, são pouco representativos e não se baseiam em critérios técnicos. O Egito interditou apenas a carne do Paraná.

Faz parte do comércio internacional. Você coloca o embargo sobre a mesa com o objetivo de negociar alguma coisa, afirmou Galletti.

Segundo ele, os países que suspenderam as compras do Brasil representam menos de 4% das receitas externas da Minerva, terceiro maior exportador de carne bovina do país. São volumes que podem ser facilmente diluídos em outros mercados. No perãodo de 12 meses encerrados em setembro, a receita líquida da Minerva alcançou R$ 4,3 bilhões.

Galletti reiterou que o Brasil não tem ’vaca louca’ e que o episódio descoberto no Paraná é um evento priônico – referência ao nome da proteína causadora da encefalopatia espongiforme bovina, nome científico da doença.

E elogiou a forma como o governo brasileiro tratou o caso. O Ministério da Agricultura e o Itamaraty concentraram seus esforços de esclarecimento nos dez principais mercados para o Brasil e o resultado mostra que a estratégia foi bem-sucedida, porque nenhum deles decretou embargo. De acordo com ele, a próxima etapa é esclarecer os pequenos mercados sobre as especificidades do caso.

O presidente do Minerva traçou um cenário positivo para a produção de carnes no Brasil nos próximos anos. Há um aumento da demanda por carnes nos países em desenvolvimento e uma retração da oferta nos países desenvolvidos.

Esse ’gap’ só pode ser preenchido de maneira competitiva pela América do Sul. Fabiano Tito Rosa, gerente de pesquisa da companhia, disse que, em meio à redução da oferta nos EUA e na Austrália, países como Japão e Coreia do Sul (que não compram carne de países que não sejam livres de aftosa sem vacinação) podem ter, inclusive, de baixar as exigências sanitárias em algum momento.

Em relação ao mercado interno, Rosa destacou que o preço médio do boi gordo (principal item do custo de produção dos frigoríficos) deve encerrar 2012 com queda de 5% em relação ao ano passado. Segundo ele, a queda ficou dentro do esperado pelo frigorífico e se deve ao aumento da oferta de animais para abate. Tivemos um crescimento de 4% no abate de machos e de quase 10% no de fêmeas, o que reflete o momento em que estamos no ciclo pecuário, destacou o analista.

Segundo ele, o cenário deve seguir favorável aos frigoríficos em 2013 e 2014. Os preços no mercado futuro da BM&FBovespa hoje sinalizam alta nominal de 2% para o ano que vem, o que significa uma queda de preço em termos reais. Nos próximos dois anos, devemos ter preços estáveis ou em ligeira queda, disse.