A decisão do Catar de sancionar o projeto North Field Expansion, avaliado em US$ 30 bilhões, coloca o país no caminho de retorno ao posto de maior produtor mundial de GNL em 2030, estima a Rystad Energy em relatório publicado no último dia 10, feito com base em projetos operacionais e até agora sancionados.
O North Field Expansion visa aumentar a capacidade de produção de GNL do campo de gás do Norte (North field, em inglês), de 77 milhões de t/ano para 100 milhões de t/ano. Este campo é operado pela Qatargas, subsidiária da Qatar Petroleum, e o primeiro gás da expansão é esperado para 2023.
Segundo a consultoria, a previsão é que a capacidade de liquefação do Catar aumente para 110 milhões de t/ano, ou seja, cerca de 18% do total global no final desta década (sendo o total de 600 milhões de t/ano).
Porém, segundo a Rystad, as taxas de utilização não vão, necessariamente, corresponder à capacidade dos produtores no mesmo período. A consultoria estima que o Catar irá produzir cerca de 107 milhões de t/ano de GNL em 2030, 22,5% do suprimento até agora sancionado, ou seja, em outras palavras, a demanda de GNL do Catar crescerá mais rápido do que a oferta.
Além disso, existe um outro fator que poderá contribuir para retirar o “reinado” do Catar na capacidade de liquefação mundial: “De acordo com o caso base da Rystad, a demanda global de GNL será de 580 milhões de t em 2030, deixando um espaço significativo para novos projetos de GNL. Nós prevemos que cerca de 104 milhões de t/ano em novos projetos de GNL serão sancionados nos próximos cinco anos para atender a lacuna entre a oferta real e a demanda em 2030”, afirmou Sindre Knutsson, vice-presidente da equipe de mercados de gás da consultoria.
Resumidamente, vários projetos competirão entre si para garantir o financiamento de investidores ao longo dos próximos anos. De um modo geral, o cenário é benéfico para o Catar, que ainda possui uma outra carta na manga, já que o North Field Expansion possui uma segunda fase de ampliação em planejamento — se aprovada, a capacidade de liquefação da instalação poderá chegar em 126 milhões de t/ano.
Fonte: Revista Brasil Energia