unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 06/06/25

CBO firma parceria com Caterpillar/MaK para conversão de motor a etanol

Acordo foi anunciado durante evento do Brasil na Nor-Shipping 2025, na Noruega. Sotreq, representante da Caterpillar, ressaltou que desempenho do motor será o mesmo de equipamento a combustão

O grupo CBO anunciou, durante a 60ª edição da Nor-Shipping, na Noruega, que acabou de assinar uma parceria com a Caterpillar/MaK que visa a conversão de motores para o uso de etanol em embarcações de apoio marítimo. A CBO informou que será um projeto piloto no Brasil, com a expectativa de que a solução esteja pronta para operar com esse biocombustível em 2026.

A CBO enxerga uma série de vantagens do etanol em comparação a outros combustíveis, por exemplo, em termos de volume necessário para equivalência ao diesel. ““Estamos orgulhosos e entusiasmados com este projeto que é um grande processo. O financiamento deste projeto está disponível. É a primeira vez que o FMM [Fundo da Marinha Mercante] financia um projeto de energia do Brasil (…) Acreditamos que o etanol é uma boa solução”, disse o diretor da CBO, Marcelo Jorge Martins, durante painel do ‘Brazil@Nor-Shipping 2025′, na última quarta-feira (4), na feira em Lillestrom.

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), gestor do FMM, o projeto recebeu prioridade de financiamento na 56ª reunião do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) em setembro de 2024. Na ocasião, foi aprovada prioridade de R$ 47,3 milhões para a CBO desenvolver um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) a motor de combustão a etanol, no estaleiro do grupo (Aliança), no Rio de Janeiro. Os valores têm data-base em janeiro de 2024.

A Sotreq, representante da Caterpillar, ressaltou que o desempenho do motor será o mesmo de um motor a combustão. “O grande ganho em utilizar o etanol como combustível está na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Substituir o diesel (combustíveis fósseis) pelo etanol produzido pela cana-de-açúcar pode alcançar reduções de 80% a 90% do CO2eq”, estimou o gerente de motores e desenvolvimento de mercado da Sotreq, Rodrigo Feria, à Portos e Navios.

A Sotreq avalia que será a primeira embarcação no mundo com esse tipo de solução, a qual considera inovadora e de grande potencial. “É inovadora pelo fato de se tratar de uma conversão de um motor que foi concebido para operar apenas com diesel e agora será capaz de operar com uma mistura de diesel e etanol”, destacou Feria.

A fornecedora acredita que o uso do etanol é promissor para as empresas do setor que estão comprometidas em reduzir o nível de emissões de GEE e alinhadas com os compromissos da IMO, principalmente no Brasil, onde há uma cadeia de produção e distribuição bastante desenvolvida e que ainda tem um potencial enorme a ser explorado. “Acreditamos que o etanol será um importante aliado das empresas no processo de descarbonização pelo seu teor sustentável e acessibilidade no Brasil”, projetou o gerente da Sotreq, que também participa da feira.

Fonte: Revista Portos e Navios