Responsável por administrar o Porto de Fortaleza (Mucuripe), a CDC (Companhia Docas do Ceará) assinou ontem o protocolo de cooperação com a Enapor S. A., empresa que administra os portos da República de Cabo Verde, país do continente africano. O objetivo é viabilizar o comércio marítimo entre os portos brasileiros e africanos com a finalidade de atender à demanda, retomando a linha máritima antes existente.
Utilizar os portos de Cabo Verde, em vez do Porto das Ilhas Canárias é também mais rápido e econômico quando a pretensão é incrementar as exportações brasileiras para os demais países africanos, o que também motivou a parceria. O governo do país africano demostrou interesse em expandir suas importações e exportações “do” e “para” o Brasil por causa da redução do trânsito de mercadorias de lá para a Europa e Estados Unidos por causa da crise mundial.
O Sebrae Ceará (Serviço brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) intermediou as negociações para a assinatura do protocolo. A aproximação entre o Porto de Fortaleza e Cabo Verde é resultado do trabalho de cooperação técnica realizado pelo Sebrae/ABASE-Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais, em parceria com a Companhia Docas do Ceará (CDC), Câmara Brasil Angola no Ceará, Câmara Brasil Portugal no Ceará, as Câmaras de Comércio de Sotavento e Barlavento, FIC – Zona Franca Comercial de Cabo Verde, Agência de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação de Cabo Verde e a Agência Caboverdiana de Investimentos, com apoio da Embaixada Brasileiraem Cabo Verde.
O trabalho de cooperação técnica incluiu a realização de um estudo de logística que avaliou as possibilidades reais de concretização de negócios entre a região nordeste do Brasil e os países africanos, principalmente os da Costa Oeste como Angola, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, além de Moçambique. A cooperação também pode se estender, posteriormente, para Senegal e Guiné Bissau, estimulada pela posição geograficamente estratégica do Ceará.
A parceria prevê, entre outras coisas, a transferência de tecnologia, documentação e estatísticas. A viabilização desta rota deverá ser um marco nas relações comerciais e de cooperação do Brasil com o continente africano e posicionará o Ceará como plataforma brasileira na África e em especial na CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e porta de entrada para o continente. Além disso, o objetivo é escoar não apenas cargas cearenses pelo Porto de Fortaleza (Mucuripe), mas também de outros Estados.