Para presidente da da Transpetro, Estado pode ser um pólo da indústria naval brasileira

A instalação de mais um estaleiro no Ceará vai movimentar vários setores da economia cearense. De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a construção de um navio envolve 20 a 30 mil itens diferentes. ´Cerca de 65% do preço do navio é com componentes e isso vai gerar o fortalecimento e a vinda de vários outros setores no Estado´.

Machado ressaltou que a demanda da indústria naval no Brasil é grande, e vem ganhando força com a descoberta de novas províncias petrolíferas na camada do pré-sal. ´Hoje, o Brasil é a grande reserva de petróleo do mundo e isso, no poço, não vale nada. Para retirar, é preciso investimento em navios, sondas, plataformas, daí a necessidade de se ter mais quatro estaleiros no País´.

Segundo ele, além da estrutura de médio porte que se pretende construir no Ceará, ainda há a necessidade de duas outras de grande porte e mais uma para reparos navais. E o Governo do Estado, afirmou ele, demonstrou o interesse de captar ainda mais estaleiros, construindo, aqui, um pólo de indústria naval. ´O Brasil tem 95% do comércio exterior feito através de navios. Existe hoje, no mundo, uma demanda de 10 mil embarcações. E o Brasil, que já foi o segundo maior fabricante naval, está voltando a participar deste mercado. Já somos a quinta maior carteira, atualmente´, aponta.

De acordo com ele, os navios que estão sendo licitados agora ainda não fazem parte da demanda que a Petrobras terá com a exploração do pré-sal. Ou seja, o potencial da indústria naval no País ainda é bastante elevado. ´Existe total possibilidade de se ter um pólo aqui, e existe financiamento para isso´, garante.

Para ser vencedor das licitações da Transpetro, a empresa exige que o estaleiro esteja instalado no Brasil, tenha pelo menos 65% de nacionalização, e que produza navios competitivos para o padrão internacional. O Ceará já possui um estaleiro, instalado em Fortaleza. A Indústria Naval do Ceará S.A. (Inace), produz, principalmente, navios de guerra e iates.(Fonte: Diário do Nordeste – Fortaleza,CE/SÉRGIO DE SOUSA)