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Clippings - 23/09/09

Centronave critica atraso federal

A decisão política de investir R$1,5 bilhão nas obras emergenciais de dragagem dos 17 principais portos do país foi tomada em 2007, mas os resultados até aqui são pífios, na avaliação do Centro Nacional de Navegação (Centronave), entidade que reúne no Brasil as 30 maiores empresas de navegação do mundo. O Centronave avalia que, apesar do forte empenho do ministro da Secretaria Especial dos Portos (SEP), Pedro Brito, os trabalhos não deslancham devido ao excesso de burocracia, a problemas de licenciamento ambiental e até mesmo por irregularidades nos contratos com as empresas responsáveis pelos serviços, caso de Itajaí (SC).

Por falta de calado (profundidade), os portos nacionais não são capazes de receber os grandes portacontêineres que garantem economia de escala e reduzem custos operacionais. Enquanto portos europeus, americanos e asiáticos recebem navios com capacidade para 13 mil contêineres, os terminais brasileiros só podem receber cargueiros de até 6 mil contêineres. “Sem aprofundamento e alargamento periódico dos canais de navegação – explica Elias Gedeon, diretor executivo do Centronave – o número de operações tem que ser reduzido, o que compromete a competitividade da cadeia produtiva nacional. Este é mais um componente do custo Brasil”.

Elias Gedeon tem alertado governo e setor produtivo sobre a necessidade de retomada dos investimentos nos portos. “A crise global está chegando ao fim e o país precisa de R$ 43 bilhões para modernizar sua infraestrutura portuária, prevenindo gargalos”, afirma Gedeon com base em estudo do Ipea.

Ele lembra que gargalos logísticos dificultam as operações e geram aumento de custos que comprometem a competitividade do exportador. “Em 2020, o Porto de Santos, maior do país, movimentará quase quatro vezes mais contêineres do que os 2 milhões de hoje. Precisamos investir para evitar um colapso”, salienta o presidente executivo do Centronave, cujos associados têm US$ 40 bilhões em ativos no Brasil, entre navios e equipamentos, e respondem por 80% do transporte do comércio exterior brasileiro.