A crise faz com que o país busque parceiros estratégicos.
A China mantém seu alerta aceso sobre os mercados emergentes, em destaque os que compõem o BRICS – Brasil, Rússia, Índia e África do Sul – para manter sua expansão e constante crescimento. A informação é do diretor da CCIBC (Câmara Brasil – China de Comércio e Indústria), Kevin Tang.
“Apesar de hoje a China investir quase metade do valor que recebe de investimentos, a crise faz com que o país busque parceiros estratégicos e inicie o radar para localizar bons negócios para manter seu êxito no crescimento interno”, disse.
De acordo com Tang, os investimentos chineses em 2010 somaram US$ 59 bilhões, enquanto os aportes na China chegaram aos US$ 95 bilhões. “Aquisições de empresas brasileiras tem sido um dos focos das grandes empresas chinesas. Empresários da grande potência asiática preferem comprar empresas com nome e instalações que já dão frutos para expandirem os seus negócios aqui no Brasil.”
O maior negócio até hoje, por meio desta forma, foi feito com a compra de 40% da Repsol pela Sinopec por US$ 7,1 bilhões.
Comércio Exterior
“Dentre os desafios hoje enfrentados no comércio bilateral estão o câmbio, a crise mundial, a complexidade da legislação e tributos brasileiros, a falta de infraestrutura e de mão de obra de qualidade”, explica o diretor da CCIBC.
Hoje o Brasil vende commodities e serviços à China e compra manufaturados e produtos industrializados, fato que remeteria a um déficit comercial, uma vez que os produtos importados contém maior valor agregado do que as matérias primas exportadas. Contudo, a quantidade nas trocas comerciais, ainda, possibilita um superávit para o Brasil.
Com base nas projeções do diretor, o comércio entre os dois países somará US$ 70 bilhões este ano e será de no mínimo US$ 100 bilhões em 2013.
“O Brasil é hoje o sétimo parceiro comercial da China, em 2013 será o quinto. E a China é e permanecerá estável no posto de principal interlocutor de negócios com a potência brasileira.”
Para concluir Tang enfatiza que “para negociar com os chineses e inserirmos mais produtos lá, é necessário ir à China, conversar com os executivos, ir jantar em suas casas, e falar, de preferência a língua deles, ou então o bom e velho inglês universal.”