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Clippings - 12/09/11

China precisará de ao menos 60 petroleiros nos próximos sete anos

De acordo com uma corretora da indústria de navegação de Londres, os rumores de que companhias de petróleo chinesas estão planejando comprar mais de 80 navios é viável. A análise da empresa mostra que, no primeiro semestre de 2011, quase 50% do total de importações chinesas feitas em petroleiros foi transportada apenas por navios de bandeira chinesa. Mas, com a expectativa de que a importação do combustível continue a crescer, mais embarcações serão necessárias para manter essa porcentagem de uso.

Atualmente, a China refina cerca de 8,5 milhões de barris por dia de petróleo bruto, ao menos 7,5 milhões bpd dos quais são importados por via marítima. A Braemar Seascope estima que a China deve aumentar esse número para 11 milhões bpd até 2015, e que é possível alcançar cerca de 15 milhões bpd até 2018, o que a colocaria quase equivalente à quantidade refinada diariamente pelos EUA, afirmou a agência.

Para chegar a esse aumento de 6,5 milhões bpd esperado para os próximos sete anos, será necessário cerca de três petroleiros por dia para descarregar o petróleo bruto na China, o equivalente a 1.100 petroleiros carregados anualmente, além dos atuais. Com base no pressuposto de que uma embarcação deste tipo, operando na linha de comércio do Oriente Médio até a China, possa fazer nove viagens de ida-e-volta durante um ano, isso implicaria em uma demanda do país por mais 120 navios. E se 50% desse petróleo bruto extra tiver de ser transportado em tonelagem de bandeira doméstica, será necessário que as companhias chinesas aumentem suas frotas em ao menos 60 petroleiros nos próximos sete anos, argumenta a análise da Braemar.

A garantia de que há petroleiros com capacidade suficiente para manter um fornecimento de petróleo bruto de maneira consistente, confiável e econômica, a China precisará de tonelagem adicional e, especialmente, se incentivada a manter sua crescente força de trabalho qualificada nos estaleiros. Então, embora um pouco excessivo, 80 petroleiros é uma quantidade viável, diz.

Leves variações no tamanho dos petroleiros das frotas chinesas e a lista de encomenda variam de agente para agente, mas a Braemar explica que as companhias com matrizes na China continental possuem 39 petroleiros, além de outros oito sob encomenda. E, ainda, os dados mostram que as empresas com sede em Hong Kong também têm 24 embarcações e mais 17 contratados em estaleiros. No total, isso significa que os navios chineses somam apenas 12% do total da frota de petroleiros, dos 553 navios de casco duplo ainda sendo negociados, segundo os números da Braemar. Eles também somam 19% das encomendas globais, que chegam a 136 petroleiros.

Esses rumores coincidem com a capacidade chinesa para construir navios de grande porte, sendo que 21 foram entregues em 2010 e a mesma quantidade nos primeiros oito meses deste ano. Se a China é capaz de entregar 30 novos petroleiros por ano com sua capacidade atual de estaleiros, e se 20 destes por ano forem para compradores chineses, então as companhias realmente poderão começar a recebê-los antes de 2014, o que será necessário para manter a política de uso de navios domésticos em ao menos 50%. E, em 2017 e 2018, quando o programa se completar, o que se encaixa nos planos de desenvolvimento na área de refinaria, afirma a Braemar.

A corretora questionou se o mercado realmente ficou surpreso com esses rumores, mas outros analistas afirmam que, apesar de não ser um choque e já estar sendo previsto há algum tempo, para outros armadores, as consequências poderiam ser consideráveis, já que a análise mostra o potencial de perda de mercado dessas empresas. Outras agências londrinas disseram que um movimento desses acabaria com o mercado e que seria um avanço preocupante tanto para clientes dos armadores, como também para outros navios relacionados a esse mercado.