Embora tenha reduzido custos, renegociado afretamentos e analise a venda de ativos, companhia mantém-se otimista.
A CMA CGM tem reafirmado sua confiança na capacidade de retomar rapidamente os lucros, apesar de suas dificuldades serem amplamente divulgadas e sua dívida com os bancos alcançar US$ 5,6 bilhões.
O grupo, que teve suas dificuldades financeiras expostas negativamente pela mídia, indicou que não está disposto a contemplar a perspectiva de fracasso no contexto de reescalonamento das dívidas com os bancos.
Segundo o vice-presidente da CMA CGM, Rodolphe Saade, as conversações que deverão ser concluídas até meados de novembro já estão em curso há alguns dias e, até agora, têm sido positivas. Todos temos o mesmo objetivo – assegurar o futuro do grupo, elucidou.
O executivo estava impossibilitado de oferecer um calendário para a aplicação das medidas de reestruturação da dívida, que o grupo acredita que emergirá das conversações, mas declarou: Estaremos atentos para implementá-lo rapidamente. Nós não demoraremos.
Entretanto, o grupo está prosseguindo com os esforços na redução de custos, que já ultrapassaram a marca de US$ 600 milhões. De acordo Saade, atualmente espera-se atingir uma economia de US$ 715 milhões, mas a empresa continua tentando atingir reduções de custos adicionais. Nós queremos economizar o máximo, garantiu.
A companhia estima que economizou US$ 415 milhões desde janeiro por meio de renegociação de afretamento de navios. A CMA CGM devolveu 170 navios para os armadores, mas tomou 150 navios sob novas condições, o que lhe permitiu assegurar que os custos fossem competitivos.
A economia estimada é de US$ 1 milhão por navio / ano, que foi alcançada com a redução da velocidade na operação das embarcações. O grupo também vendeu 10 navios antigos para demolição e está adiando planos de investimentos em terminais portuários na América do Sul, notadamente no Brasil.
O grupo também está trabalhando na venda de ativos não estratégicos. Entretanto, Saade disse que a companhia não está olhando a venda de ativos de transporte, nem a participação em terminais, áreas consideradas estratégicas.
Quanto à sua grande carteira de encomendas, que atualmente compreende 49 embarcações a serem entregues até o final de 2012, informou que o grupo estava pretendendo adiar as entregas a partir de 2010, em vez de cancelar os pedidos.
A CMA CGM procura adiar a entrega de oito navios de 13.300 Teus (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés), previstos para chegarem a partir do próximo mês, e também de outros navios de 11.300 Teus, cujas entregas devem ser prorrogadas por 12 meses. Saade afirmou que as embarcações de 13.300 Teus são estratégicas para o grupo.
Eles nos permitem continuar operando entre Ásia e Europa em um sistema de custos muito competitivo e queremos recebê-los no momento e horas destinados. Quanto a outros navios menores, o objetivo é adiar a entrega, explicou.