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Clippings - 10/12/25

CNA prevê para 2026 nova safra recorde, com 355 milhões de toneladas

Aumento deve ser puxado principalmente pela soja, que tem previsão de crescimento de 3,6%. Até novembro, exportações brasileiras do setor agropecuário totalizam US$ 155 bilhões, contra US$ 153 bilhões no mesmo período de 2024

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) prevê que a safra de grãos 2025/2026 baterá novo recorde e chegará a 354,8 milhões de toneladas, superando em quase três milhões de toneladas ou 0,8% a estimativa para 2024/2025, de 351,9 milhões. Os números foram apresentados nesta terça-feira (9), quando a entidade apresentou seu balanço para este ano e as perspectivas para o próximo.

Segundo a CNA, o aumento da produção deve ser puxado principalmente pela soja, que tem previsão de crescimento de 3,6%, atingindo o volume de 117,6 milhões de toneladas. Esse incremento, pela expectativa da entidade, será suficiente para compensar perdas de 2,5% na segunda safra de milho, que deve ficar em 110,5 milhões de toneladas. Para as três safras do produto, também a perspectiva é de baixa, de 1,6%, totalizando 138,8 milhões de toneladas.

Há expectativa de safra menor também de arroz, que, com 11,5 milhões de toneladas, registraria recuo de 11,5%. Nesse caso, o resultado seria consequência, segundo o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, da queda dos preços do produto, refletindo a menor demanda, que desestimula os produtores do segmento. Para Lucchi, a solução para a retomada dos níveis de produção de arroz estaria no aumento do consumo no mercado interno. “Precisamos incentivar o consumo interno, porque a exportação é pequena”, disse.

Lucchi explicou durante a coletiva de imprensa que também foi registrada em 2025 queda nos preços da soja, mas, diferentemente do arroz, a grande demanda, inclusive do mercado externo, notadamente da China, que suspendeu no primeiro semestre as compras do produto americano, incentiva o aumento da produção. Ele citou ainda como fatores que levaram ao aumento da safra da leguminosa a procura pela indústria de biodiesel e o uso como ração animal.

Em relação à agropecuária, a expectativa da CNA é de que o país feche o ano com aumento de produção da carne bovina, que, informou a entidade, teve crescimento de 3,6% nos três primeiros semestres de 2025. Mas, para o ano que vem, a expectativa é de queda de 4,6%, consequência do abate de fêmeas, que chegou a 49% do total deste ano.

Lucchi explicou que a redução da produção deve ter como resultado o aumento dos preços ao longo dos próximos anos. Por isso, segundo ele, a expectativa é de aumento da procura no mercado interno por outras proteínas animais, principalmente de carne suína e de frango.


Mesmo com tarifaço, exportações aumentaram 1,7%

Em seu balanço de 2025, a CNA informou que, até novembro, as exportações brasileiras do setor agropecuário cresceram 1,7%, totalizando 155 bilhões de dólares, contra 153 bilhões de dólares no mesmo período de 2024. A diretora de relações internacionais da entidade, Sueme Mori, explicou que o resultado se deveu em parte à antecipação de exportações para os Estados Unidos, até agosto, para fugir das tarifas adicionais de até 50% impostas pelo governo americano a produtos brasileiros e em parte ao aumento de vendas para alguns parceiro comerciais, principalmente a China.

Os produtos mais exportados de janeiro a novembro foram a soja em grãos, com vendas de 42 bilhões de dólares, a carne bovina in natura, com 14,9 bilhões de dólares, o café verde, com 13,3 bilhões, o açúcar não refinado, com 11,2 bilhões de dólares e a celulose, 9,4 bilhões de dólares. Os principais compradores de produtos brasileiros foram a China, que importou 52 bilhões de dólares, a União Europeia, com compras de 22,9 bilhões de dólares, e os Estados Unidos, com 10,5 bilhões de dólares.

No caso do mercado americano, houve queda de 4% em relação ao ano anterior, mas, segundo Sueme, elas foram compensadas pela diversificação dos parceiros comerciais e a conquista de novos compradores. “Mesmo com as restrições no comércio internacional impostas pelas tarifas dos Estados Unidos, conquistamos um crescimento”, disse a diretora.

Fonte: Revista Portos e Navios