A crise obrigou a Vale a mudar a forma de venda de parte do minério de ferro embarcado para o exterior. Até setembro último, 100% das exportações da mineradora eram feitas com base no benchmark e com o comprador arcando com os custos de seguro e frete, na modalidade free on board (FOB).
Agora, cerca de 50% das exportações da companhia são feitas na modalidade em que a própria Vale banca os custos do frete, conhecida como Cost, Insurance and Freight (CIF).
De acordo com o diretor-executivo de minerais ferrosos da Vale, José Carlos Martins, a China representa hoje cerca de 70% das vendas de minério da empresa e, deste total, 70% são feitos na modalidade CIF. Isso nos obrigou a mudar a forma de operar. Tivemos que contratar navios, revelou o executivo.
Ele lembrou que a companhia comprou 15 navios usados e encomendou a construção de outros 20 para reforçar as entregas de minério no exterior, especialmente na Ásia.
Com isso, a Vale evita os custos do frete, que chegaram, no auge da crise, a cair para US$ 8 por tonelada no mercado livre e, com o aquecimento das vendas para a China, já saltaram para US$ 40 por tonelada.
Entramos na crise expostos e, em seis meses, conseguimos montar uma carteira de frete que nos dá muita segurança quanto à entrega do nosso minério, ressaltou Martins. (Valor Online – 30/7/2009)