O Banco do Nordeste divulgou ontem os resultados operacionais alcançados no Rio Grande do Norte em 2010, apontando um crescimento em torno de 24% no valor global financiado, em relação a 2009, e um apetite enorme dos investidores do setor eólico por crédito. A demanda do setor foi a principal responsável por turbinar o desempenho do banco no perãodo e foi tamanha que tornou os recursos disponíveis no Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) – a principal fonte de recursos do BNB – insuficientes para atender a todos os projetos, inclusive este ano. “Estamos hoje com um problema invertido. Nosso problema anos atrás era ter muitos recursos e pouca demanda. Agora, há tantos investimentos que nossa principal fonte de recursos não dá conta”, disse, em entrevista coletiva, o superintendente da instituição no estado, José Maria Vilar. “Agora, estamos tendo de buscar recursos em outras fontes, na expectativa de financiar o máximo possível”.
Para continuar abocanhando pelo menos parte desse mercado, o BNB tem trabalhado na busca de novos fundings, ou seja, negociando a captação de recursos que ampliem a oferta de financiamentos de longo prazo e permitam à instituição fazer face à demanda. Essas linhas geralmente são buscadas por projetos de infraestrutura, como os que são ligados à energia. E, de olho nas possibilidades sinalizadas por esse setor, a diretoria do banco tem se articulado com o governo federal e agido em várias frentes, em busca de mais recursos
“Estamos fazendo gestões junto ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), na expectativa de conseguir cerca de R$ 3 bilhões. Também estamos buscando recursos junto ao BNDES e à Sudene. Só com os recursos do FNE o banco não terá condição de financiar todos esses projetos”, diz Vilar.
orçamento
O orçamento do FNE para 2011 chega a R$ 900 milhões e é apontado pelo banco como o maior da história no estado, mas serve para atender também a outros setores financiados pela instituição. Enquanto isso, o conjunto das “intenções de financiamento” que já chegou ao banco do setor eólico no estado alcança R$ 5 bilhões, metade do que o FNE tem disponível para o RN e os demais estados atendidos pelo BNB.
“O crescimento da economia, do volume de contratações e também o crescimento da demanda nos levou a uma situação em que o FNE se tornou insuficiente para atender. Mas, não é que o banco não tenha recursos para operar. Na verdade ele não funding para lastrear essas operações de longo prazo”, explica. “Queremos complementar os recursos que nós temos com recursos de outras fontes, mas alguns projetos terão que buscar outros bancos”, diz.
De acordo com os resultados divulgados ontem, as contratações globais de financiamento do Banco do Nordeste no estado chegaram a R$ 1,44 bilhão em 2010. A cifra inclui linhas de curto e longo prazo. O setor de infraestrutura, em que estão incluídos os parques eólicos, respondeu por 45% desse volume, assumindo a liderança entre os que mais buscam crédito. Em 2009 a vaga era do comércio/serviços. E a participação da infraestrutura era de 34%.