Com recente incoporação da subsidiária da Petrobras, empresa espera aumentar prestação de serviços logísticos integrados a operadoras de petróleo, incluindo apoio marítimo e resposta a emergências. Aquisição de 18 barcaças e 18 empurradores está em curso

Após a incorporação da PB-Log, a Transpetro espera aumentar sua presença no suporte à atividade de exploração de petróleo, com a prestação de serviços logísticos integrados. O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, avalia que a companhia está no caminho certo para conquistar novos clientes e que a integração da subsidiária integral da Petrobras à sua estrutura, anunciada na semana passada, está alinhada com os investimentos da empresa em dutos e terminais, na ampliação da frota de navios e na entrada em novos modais, como o de barcaças. Esse processo, que está em curso, será estratégico para verticalização do fornecimento de bunker.

Com a transferência da Petrobras Logística de Exploração & Produção S.A., a Transpetro passará a atuar também no apoio marítimo e no controle e resposta a emergências em áreas exploradas por consórcios que são operados e liderados pela Petrobras, gerindo os serviços de logística integrada e controle de emergências nas operações de exploração e produção de petróleo e derivados.

“Em todos os campos que têm a Petrobras junto com um terceiro explorando o campo, quem presta esse serviço é a PB-Log. Vamos assumir esse serviço também, de apoio marítimo para os campos onde a Petrobras está consorciada com alguém”, detalhou o presidente da Transpetro em entrevista à Portos e Navios, acrescentando que essa reorganização vinha sendo avaliada junto à Petrobras há cerca de dois anos. Atualmente, a PB-Log concentra suas operações na região Sudeste, próximo das grandes bacias produtoras de Santos e Campos. Em 2024, a empresa registrou lucro líquido de R$ 533 milhões a partir da prestação de serviços a 21 consórcios que envolvem 12 empresas.

A PB-Log é uma sociedade anônima de capital fechado, criada em 2012 como subsidiária integral da Petrobras. A empresa oferece os serviços de controle de emergências, que inclui o combate a possíveis derramamentos de óleo no mar, disponibilidade dos recursos e equipamentos de combate ao blowout submarino e centros de defesa ambiental; e Logística Integrada, que contempla soluções logísticas de recebimento de material, guarda e transporte (terrestre, marítimo e aéreo).

Bunker
Também está nos planos da Transpetro, a partir da licitação para aquisição das barcaças e empurradores, entrar no fornecimento de bunker, principalmente para a frota da Petrobras, hoje atendida por terceiros. “Queremos verticalizar esse tipo de serviço. Compraremos combustível da Petrobras, a Transpetro vai transportar e abastecer os navios da Petrobras. Ou seja, o dinheiro não vai sair do sistema”, explicou Bacci.

Ele destacou que essas mudanças estão em linha com a meta da gestão de tornar a Transpetro mais forte, lucrativa e oferecer mais serviços logísticos multimodais e integrados. Segundo Bacci, a companhia vem investindo para aumentar a capacidade operacional dos seus terminais, bem como na modernização dutoviária para ampliar a disponibilidade de transporte, ampliando sua frota própria e fazendo contratações para ingressar em novos mercados.

Terminais
Com a materialização da exploração de petróleo na Margem Equatorial, a Transpetro estudará a possibilidade de ter um terminal no Amapá com tanques para armazenamento do óleo que for extraído na região. “Tivemos conversas com o governo do estado Amapá, com orientação da presidente [da Petrobras] Magda [Chambriard]. Vamos começar a fazer estudos para ver a viabilidade de termos um terminal no Amapá para poder fazer o recebimento e transbordo do óleo que, possivelmente, será extraído da margem equatorial”, afirmou Bacci.

A Transpetro também identifica um forte crescimento do consumo de combustível no Centro-Oeste, região onde hoje a empresa não está presente. Segundo Bacci, a empresa está preparando um projeto para apresentar para a presidente e para o conselho Petrobras, a fim de expandir os terminais da Transpetro, levando a malha principalmente para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Bacci disse à reportagem que a intenção é ter terminais na região e, posteriormente dutos, criando uma estrutura para levar combustíveis e também para transportar etanol produzido no interior do país para regiões da costa brasileira. “Pensamos em ir para o Centro-Oeste para descer com etanol, que está crescendo muito lá. Queremos avançar para subir com combustível para atender à demanda do Centro-Oeste. Hoje, o etanol vem ou de trem ou de caminhão. A ideia é ir para o Centro-Oeste e descer com dutos e subir com combustível por duto”, projetou.

Fonte: Revista Portos e Navios