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Clippings - 03/12/24

Com R$ 2,6 bilhões de investimentos, obras da fase 1 do Porto Central começam quarta-feira (4)

Etapa inicial abrange infraestraestrutura para granéis líquidos e operações ship-to-ship. Complexo portuário em Presidente Kennedy (ES) tem operação prevista para dezembro de 2027

O Porto Central iniciará, na próxima quarta-feira (4), as obras da primeira fase do complexo portuário em Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo. A etapa inicial prevê aporte de R$ 2,6 bilhões (US$ 450 milhões) e abrange a construção da infraestrutura portuária para receber um terminal de granéis líquidos de águas profundas, para operações ship-to-ship de petróleo em área abrigada, inclusive com navios de grande porte, como os VLCCs (Very Large Crude Carriers). O cronograma da primeira fase prevê a conclusão das obras até meados de 2027, com início das operações em dezembro do mesmo ano.

As primeiras etapas incluem a conclusão da supressão vegetal, seguida pelas obras civis de terraplanagem e implantação do canteiro de obras. Para a fase 1, o porto obteve junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a licença prévia (LP), em 2014, e a licença de instalação, em 2023. O Porto Central integra o Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal (Novo PAC). O projeto global do complexo é estimado em US$ 2,9 bilhões, aproximadamente R$ 16 bilhões.

A supressão vegetal removerá cerca de 65 hectares, de um total de 2 mil hectares licenciados para o projeto. A administração do porto informou que, desde 2020, vem adotando medidas compensatórias, como o plantio de mais de 12 mil mudas nativas nas áreas de compensação florestal, com a meta de atingir 100 mil mudas plantadas ao longo da fase 1. Em novembro de 2024, teve início o resgate de fauna terrestre, que integra o plano ambiental e inclui parcerias com instituições e a realocação de espécies em áreas protegidas.

As obras também incluem a produção, transporte e armazenagem de rochas para o quebra-mar sul, a instalação da central de fabricação dos elementos de concreto e a dragagem do canal de acesso. A dragagem será feita com uma técnica adaptativa, que utiliza alta tecnologia para minimizar os impactos ambientais durante as obras marítimas. A previsão é que a dragagem do canal e da bacia de evolução nas obras da fase 1 geram um volume de 60 milhões de m³ de material dragado.

O diretor Angelo Santana disse que o Porto Central está em negociação com grandes empresas globais de dragagem e que o modelo de contrato já foi elaborado, porém ainda não pode ser divulgado por questões de confidencialidade. “Estamos com a minuta pronta, em fase de negociação final”, afirmou Santana em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (2). O Ibama licenciou aproximadamente 180 milhões de m³ para o masterplan do complexo.

No pico das obras da fase 1, devem ser empregados até 1.295 trabalhadores diretos, sendo a meta que 70% seja proveniente da mão de obra local. A administração do Porto Central ressaltou que haverá prioridade por fornecedores e trabalhadores das áreas de influência do porto. O empreendimento tem desencorajado que trabalhadores de outras regiões migrem em busca de oportunidades.

O projeto do complexo portuário foi planejado para a instalação de terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros. O plano mestre abrange os 2 mil hectares de área, com profundidades marítimas de até 25 metros, e 54 berços destinados a diferentes perfis de cargas e operações.

O empreendimento está localizado no centro da costa brasileira próxima às bacias do pré-sal, aos principais mercados e a importantes rodovias e ferrovias. “O Porto Central será um complexo portuário multiuso, com forte enfoque na sustentabilidade, que será capaz de atender às demandas mais otimistas de crescimento econômico do Brasil, fortalecendo a competitividade nacional, gerando empregos e renda, impulsionando oportunidades e novos negócios e melhorando a posição do país no ranking de infraestrutura portuária em relação a outros países no mundo”, declarou o CEO Salomão Fadlalah, em nota.

Fonte: Revista Portos e Navios