Entidades vão dizer o que concessionária poderá fazer na área. Polêmica. Objetivo é definir se Marina pode ter lojas e centro de convenções.
O projeto de revitalização da Marina da Glória não está mais apenas nas mãos do empresário Eike Batista.
Apesar de a Rex, que tem a concessão da área, já ter apresentado uma proposta para o local – que ainda
está em análise pelo Iphan -, o prefeito Eduardo Paes resolveu intervir na discussão.
Ele criará na segundafeira, como informou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma comissão para decidir o que pode, ou não, ser construído no lugar. A ideia é que o Iphan, o órgão municipal do patrimônio e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)discutam, junto à sociedade, o que é melhor para a Marina.
– Projetos de revitalização tramitam há anos no Iphan sem serem aprovados. Ninguém sabe o que pode ou
não fazer na Marina. Com a comissão, queremos deixar as regras claras, criar parâmetros.
Vai poder ter lojas e centro de convenções? Não vai poder? Se for tudo imexível, então não se mexe em nada. O que não pode é ter essa nuvem de fumaça incômoda sobre a Marina, sem sabermos o que pode ser realizado – diz Paes.
O prefeito pretende, após a definição dos parâmetros pela comissão, que terá audiências públicas, fazer um
concurso internacional para definir um projeto para o local.
Isso praticamente joga uma pá de cal no projeto
apresentado por Eike, que prevê uma nova marina, um centro de convenções e estacionamento maior que o
atual, entre outras intervenções.
A decisão do prefeito foi tomada há três semanas. Na quinta-feira, Paes recebeu um ofício da Rex comunicando que a BR Marinas, do empresário Antonio Carlos Lobato, será sócia na concessão.
Não se sabe se Eike desistiu completamente da empreitada, já que a Rex não informou qual será a participação no negócio da BR Marinas, proprietária de seis marinas, inclusive em Angra e Miami.
A assessoria de imprensa de Eike negou que ele tenha passado adiante a concessão. Já Lobato disse que
desde março está prestando consultoria na Marina da Glória e afirmou ter interesse em assumir o negócio.
– Estamos levando nossa experiência de 15 anos no setor para melhorar a marina, mas a administração
continua com o pessoal do Eike. Com nossa consultoria, já houve melhorias na área externa e na operação dos barcos. Era uma confusão danada.
Tiramos de 50 a 80 barcos cujos donos não pagavam nada. Muita coisa ainda vai melhorar – disse Lobato, que comprou há dois meses a marina de Paraty.