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Clippings - 16/01/12

Comprovado existência de Gás natural no Norte de Minas

O GÁS É NOSSO, foi o tema do Congresso da AVAMS sobre a exploração do gás natural no Norte de Minas.

O consórcio Cebasf, composto pela estatal estadual Codemig e pelas empresas privadas Orteng, Delp e Imetame, confirmou a existência do gás natural na Bacia do São Francisco, no Norte de Minas, mas alega que o alto custo de sua extração inviabiliza a produção comercial. Para resolver o problema, o Cebasf vai iniciar, entre este mês e fevereiro, conversas com outras companhias que procuram o combustível na região para dividir os gastos, cujos valores não foram informados. O consórcio também aposta na possibilidade de descobrir reservas em outros blocos próprios (120 e 127) para viabilizar o processo.

Na Bacia do São Francisco, a formação geológica faz com que o gás fique armazenado em pequenos poros nas rochas. A taxa de porosidade das rochas da região gira em torno de 2% e faz com que o gás seja chamado de não convencional. No chamado gás convencional, a taxa chega a 20%.

Para extrair o gás não convencional retido nos poros, é preciso injetar um líquido com areia em alta pressão no reservatório para fraturar a rocha e libertar o combustível. Este processo encarece a extração, mas Macedo não detalhou valores.

Nas rochas que armazenam o gás não convencional, de acordo com o diretor de Óleo e Gás da Orteng, Frederico Macedo, não são encontrados bolsões de gás. Apesar de o processo de extração ser mais difícil, a possibilidade de encontrar mais gás no local do que o previamente estimado é grande. Com menor porosidade, o gás não escapa, diz. Os estudos da área apontavam para um volume estimado entre 176,5 bilhões de metros cúbicos e 194,6 bilhões de metros cúbicos, o que representa uma capacidade de produção para 25 anos. A área já estudada teria potencial para gerar, por dia, entre sete e oito milhões de metros cúbicos de gás, o equivalente a 20% do fornecimento do gasoduto Brasil-Bolívia.

Embora o volume seja enorme, no Brasil, de acordo com o diretor da Orteng, não existem empresas com tecnologia e equipamentos adequados para fazer o fraturamento das rochas. Além disso, segundo ele, as empresas que atuam no segmento, a maioria com sede nos Estados Unidos e Canadá, onde o gás não convencional é explorado há mais tempo, não viriam ao país para trabalhar em um único poço.

Enquanto as empresas que atuam na região não entram em consenso sobre a divisão dos custos, o Cebasf aguarda a aprovação de um prazo de extensão para explorar o bloco 132. O prazo inicial venceria nesta sexta-feira, 13. No entanto, em novembro foi enviado um pedido de prorrogação à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que terá, a partir do vencimento, 30 dias para analisar. Não temos a menor intenção de devolver o bloco. O gás encontrado no local é comercial, garante Macedo.

Conforme Macedo, assim que o processo de fraturamento for iniciado, a previsão é de que, em menos de um mês, seja possível explorar comercialmente o gás.