O projeto, desenvolvido em parceria com a Unicamp, surgiu a partir da necessidade de um cliente de aprimorar etapas e consequentes custos na extração de petróleo em poços maduros onshore

A Concremat – empresa de engenharia e EPC do grupo China Communications Construction Company (CCCC) – desenvolveu um novo processo de separação de água e óleo nas estações coletoras de campos maduros onshore. O processo foi desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que foi responsável pela validação dos cálculos e dos testes em pequena escala.
O projeto teve início a partir da necessidade de um cliente da Concremat que buscava aprimorar processos e consequentes custos na extração de petróleo em poços maduros onshore. Ao injetar água nos poços para retirada do óleo em volumes que variam entre 60% e 97% de água e apenas 3% de óleo, o elevado custo do transporte e do tratamento deste material nas refinarias reduz, de forma substancial, a lucratividade da produção.
Desta forma, a Concremat desenvolveu um novo processo de separação de água e óleo nas estações coletoras que evita o transporte desnecessário de água, reduz os custos relacionados ao tratamento do óleo na refinaria e diminui a necessidade do uso de água no processo para os poços de injeção, resultando, segundo a companhia, em processos mais eficientes, com menor custo operacional e menor impacto ambiental.
“Nosso sistema utiliza uma série de processos físicos como sifonação, precipitação, filtração e arrasto, para promover essa separação, aliados com produtos químicos como desemulsificantes, ácidos-bases, coagulantes e floculantes específicos que aceleram o procedimento como um todo”, explicou João Vitor Teixeira, coordenador de Inovação e P&D da Concremat.
O resultado desse processo é que o óleo retirado, junto com os produtos químicos, é levado para a refinaria nos caminhões, enquanto a água resultante é reinjetada no poço. A Concremat estima que a solução proporciona uma redução de mais de 95% no consumo de água.
O procedimento foi validado por testes pela Unicamp. “Com amostras brutas de cada uma das estações, nossos cálculos e procedimentos, trabalhamos com o Laboratório de Saneamento da Engenharia Civil da Unicamp (Labsan), que ficou responsável pela validação dos cálculos e dos testes em pequena escala”, completou Teixeira.
Essa solução, em específico, está direcionada somente ao cliente contratante, e sua implementação em campo depende da decisão do cliente, assim como da aquisição dos equipamentos para esse processo. Adicionalmente, a Concremat afirma que está estudando novas soluções que possam impactar ainda mais na rentabilidade de outras unidades.
“Observando a solução pelo ponto de vista da destinação de água, a depender da necessidade da unidade, seja reinjeção, disposição, irrigação, e outras, os próximos passos da Concremat são os de desenvolver soluções técnicas aderentes ao cenário, com o melhor custo-benefício possível para os clientes, atendendo a todos os requisitos legais aplicáveis”, disse a empresa.
Fonte: Revista Brasil Energia