Relatório da Alphaliner indica que será necessário mais tempo para voltar aos níveis de lucratividade.
Segundo a consultoria francesa Alphaliner, os resultados do terceiro trimestre das maiores companhias de navegação mostram que as empresas precisam reduzir a capacidade do mercado se pretendem ter uma recuperação sustentável.
Todos os armadores que apresentaram os resultados do terceiro trimestre estão constatando perdas nas operações de contêiner. Os aumentos nas taxas de frete alcançados desde julho contribuíram para melhorar um pouco os balanços, afirmou a consultoria com sede em Paris.
Conforme a Alphaliner, declarações da APL, Cosco, CSCL, K Line, MOL e NYK sugerem que seria necessário mais tempo para voltar aos níveis de lucratividade, mas o fundador da CMA CGM, Jacques Saade, fez recentemente a seguinte afirmação: Nós já vemos sinais de retorno para breakeven (quando receita e despesa se equiparam) nos próximos meses.
Para minimizar as perdas financeiras, armadores têm cortado custos e reduzido a capacidade. Dentre as ações, estão diminuindo a velocidade das embarcações, devolvendo navios fretados e enviando as embarcações mais antigas para estaleiros de demolição.
Estatísticas da Alphaliner mostram que a frota ociosa de armadores é de 5,5% do total global. Mais de 5,3% da frota ociosa está sob controle de proprietários não operacionais. Neste ano, até agora, foram removidos 310.000 Teus (unidade de medida que equivale a um contêiner de 20 pés) para demolição, com mais 350.000 Teus que deverão seguir para demolição até o final do ano.
Os aumentos recentes nos preços de combustível também levaram ao ressurgimento do vapor lento, que não apenas permite que as companhias reduzam seus custos, como também ajuda a absorver o excedente de navios, revela o relatório.
Armadores têm necessidade de fazer ainda mais para superar o desequilíbrio entre oferta e demanda. Deferimentos de entrega somente serviram para atrasar a injeção de eventual excesso de capacidade no momento em que a indústria não exige dos navios. Mais cancelamentos de encomendas poderão ser necessários, conclui o relatório.