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Clippings - 05/08/09

Cosan capta US$ 350 milhões em bônus

O grupo Cosan, maior companhia global de açúcar e álcool, concluiu ontem a captação de US$ 350 milhões em bônus para refinanciar boa parte de suas dívidas de R$ 1,1 bilhão com o Bradesco, cujo vencimento é em novembro de 2010.

O vencimento do bônus é de cinco anos, com taxa de juros de 9,5%. A operação foi coordenada pelos bancos Morgan Stanley, Bradesco e Santander. O Valor apurou que houve demanda no mercado para US$ 2 bilhões e os juros iniciais ofertados foram de 10,25%.

A captação foi feita por meio da Cosan Combustíveis e Lubrificantes Finance Ltd., com sede nas Ilhas Cayman, que é subsidiária integral da CCL. No ano passado, a Cosan adquiriu os ativos da ExxonMobil no Brasil, entre os quais a rede de combustíveis Esso, e criou a divisão CCL, voltada para o novo negócio da companhia.

Antes de concluir as operações de bônus, a companhia sucroalcooleira realizou durante a semana passada road shows (apresentações) para investidores nos Estados Unidos e Europa.

Na sexta-feira, a Cosan também aprovou em assembleia realizada com seus acionistas o aumento de seu capital social para um limite de até R$ 5 bilhões. A empresa também poderá emitir ações, debêntures conversíveis em ações ou bônus de subscrição sem que os antigos acionistas tenham direito de preferência. No entanto, a companhia não pretende, neste primeiro momento, aumentar seu capital, apurou o Valor.

A Cosan também não planeja no curto e médio prazo realizar nova captação de bônus. A empresa estuda buscar financiamentos junto o bancos.

A captação realizada pela Cosan foi bem recebida pelo mercado. Segundo analistas ouvidos pelo Valor, conta a favor da companhia sucroalcooleira o fato de esses recursos captados serem direcionados para pagar as dívidas existentes.

A Cosan tem um endividamento da ordem de R$ 3,04 bilhões (posição da safra 2008/09, encerrada em março). Os valores atualizados deverão ser divulgados no próximo balanço de resultados da companhia, que será divulgado no dia 14 de agosto. A expectativa é de que o endividamento da companhia seja revisto para cima por conta dos financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para os projetos de cogeração de energia e também pela aquisição do grupo Nova América.

Analistas afirmam que a Cosan poderá abrir caminho para que outras empresas de médio porte consigam realizar captações no mercado. Durante a crise, apenas empresas com ’investment grade’ e com vínculo com governo conseguiam fazer captações. A operação da Cosan, cujo rating é ’BB-’, abre espaço para outras companhias no mercado, afirmou um analista de mercado.

A aprovação do limite de aumento de capital também foi bem vista pelo mercado, uma vez que a empresa tem planos de expandir seus negócios em açúcar e álcool, cogeração de energia e também em distribuição de combustíveis, segundo os mesmos analistas.

Com uma capacidade para processar mais de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no país, o grupo Cosan tornou-se em abril a maior companhia sucroalcooleira global, com a aquisição dos ativos da Nova América, dona da marca de açúcar União no varejo. (http://www.portodesantos.com/ –
Valor – C4 – 05/08/2009)