Movimento ganha adesão de agências reguladoras e defensoria pública.

A Esplanada dos Ministérios ganha um novo visual. Em torno de três mil servidores da base do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) acamparam no gramado central e devem permanecer no local até sexta-feira. Eles protestam contra o sucateamento da educação, péssimas condições de trabalho e defasagem salarial. Mas eles não são os únicos que paralisaram as atividades.

Os professores de universidades federais estão com os braços cruzados desde 31 de maio. Ontem, mais duas categorias engrossaram o movimento: os servidores das agências reguladoras e os defensores pú- blicos da União.

Os servidores filiados ao Sinasefe explicam que o acampamento é uma forma de demonstrar força contra o que consideram intransigência do governo, que ameaça cortar o ponto dos grevistas.

As bases das instituições federais de educação superior e tecnológica representadas pela Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) também fazem parte do acampamento, além de diversas categorias de serviço público congregadas no Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais.

Amanhí, acontecerá a Marcha dos Servidores na Esplanada dos Ministérios, quando são esperados 50 mil trabalhadores. A programação da semana se encerra com a Plenária Aberta do Fórum de Entidades, na sexta-feira.

As negociações sobre a carreira docente serão retomadas em audiência agendada para o próximo dia 23, segunda-feira, mas a categoria já se mostra insatisfeita com a proposta apresentada pelo governo.

Além disso, o segmento técnico-administrativo segue sem propostas.

Os servidores de agências reguladoras federais, que resolveram cruzar os braços por tempo indeterminado, por sua vez, protestam pela reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato nacional da categoria, o Sinagências, também aderiram à paralisação os servidores do Departamento Nacional de Produ- ção Mineral (DNPM).

Participam do movimento dez agências reguladoras, mas a greve começou, efetivamente, na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eletrobrás e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o Sinagências, as demais autarquias especiais devem aderir ao movimento de paralisação até o fim do dia.

ENQUETE

Vocês esperam uma ação mais rápida?

Certamente , pois a proposta do governo não nos atende. São várias classes em busca de um mesmo objetivo. Será que estamos todos errados?

William Carvalho, 46 anos, funcionário público

Na última greve, foi acertado que haveria mudanças.

Depois de 255 dias, nada foi feito. Então resolvemos aumentar a manifestação.

Rogério Alves, 42 anos, técnico administrativo

Se não nos juntarmos, o governo fica acomodado e não toma nenhuma providência para melhorar as questões que buscamos. Ariadne Miranda, 21 anos, estudante.