Além de projetos em estágio mais avançado ligados à transição energética, grupo estuda com outras empresas oportunidades associadas à atividade de extração de minerais raros no leito submarino
A Deme acredita que existem muitos projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que vem recebendo investimentos nos últimos anos e que estão no caminho de alcançar o nível de eficiência econômica. Além de projetos ligados à transição energética, como eólicas offshore e hidrogênio verde (H2V), que já são realidade em outros mercados, uma das atividades acompanhadas pelo grupo no exterior envolve a extração de minerais raros no leito submarino, a qual a companhia belga desenvolve junto a outras empresas no oceano Pacífico, próximo ao Havaí.
O diretor executivo da Deme Brasil, Disney Barroca, destacou que o foco e as expectativas têm se concentrado no desenvolvimento tecnológico responsável pela mineração a 4 mil metros do leito submarino. “Acreditamos, investimos e esperamos nos próximos anos colher os resultados como já colhemos na eólica offshore. Espero que minerais também tenham esse potencial para o futuro”, comentou recentemente em evento sobre portos verdes e oportunidades de parceria na transição energética, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com o Consulado da Bélgica no Rio de Janeiro e a Prumo.
Na ocasião, Barroca chamou a atenção para a necessidade de discutir as oportunidades e olhar para o que acontece no mundo para delimitar o senso de urgência para planejamento governamental devido à competitividade pela atração do capital privado de companhias multinacionais. Ele citou que a Deme já participa de três projetos no mundo para produção de hidrogênio verde em escala acima de 1,5 gigawatts (GW) — um no Omã, no Oriente Médio e dois no continente africano, um no Marrocos e outro no Egito.
O diretor da Deme observa visitas regulares ao Brasil de representantes de embaixadas de países como Noruega, Bélgica, Dinamarca e Inglaterra que estão comprometidos com as metas de descarbonização para 2030 e 2050. “Existem no mundo projetos de hidrogênio verde (H2V) ainda em fase incipiente, mas mais adiantados que o Brasil”, ressaltou. Ele lembrou que o amadurecimento desses projetos no Brasil passam pela regulamentação das leis no segmento eólico offshore, por exemplo.
Barroca vê um ambiente favorável para parcerias de outros países com o Brasil devido à possibilidade de diversificação de produção e à posição geopolítica. Em contrapartida, ele considera que a preocupação de empresas e desenvolvedores de projetos está em se inserir no mercado brasileiro dado elevado nível de incertezas regulatórias e ao potencial de custo do produto no futuro. “É importante para países que o H2V certificado entre a um custo que faça sentido em relação ao mercado no mundo”, alertou.
Fonte: Revista Portos e Navios