São Paulo – A agenda da presidente Dilma Rousseff em sua primeira e longa visita à China começa hoje, mas desde ontem já foram definidos importantes acordos para intensificar, principalmente, as relações comerciais entre os países. Depois de muitas discussões, a fabricante brasileira Embraer, finalmente, começará a produzir o jato executivo Legacy naquele país asiático. E o governo chinês habilitou três unidades frigoríficas do Brasil para importação de carne suína. A expectativa é de que Dilma assine mais 20 acordos comerciais nas áreas de tecnologia, agricultura, esporte, educação e comércio.
Também no primeiro dia de sua visita à China, a presidente Dilma comemorou o investimento de US$ 350 milhões anunciado pela empresa Huawei para a construção de um centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Campinas (SP). Dilma reuniu-se nesta terça-feira (no horário chinês) com Ren Zhengfei, CEO da Huawei, e ouviu do executivo que a companhia chinesa pretende expandir seus negócios no Brasil, onde atua desde 1999.
A presidente Dilma foi à China com o objetivo de reduzir o desequilíbrio do comércio bilateral entre os dois países.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que o comércio Brasil-China movimentou US$ 56,3 bilhões em 2010, alta de 52,4% em relação a 2009 (US$ 36,9 bilhões). No entanto, a participação de produtos básicos na pauta de exportações brasileiras saltou de 77% para 83%. No ano passado, o saldo da balança comercial do Brasil com a China teve superávit de US$ 5,19 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 30,7 bilhões, avanço de 46% em relação ao ano anterior. Deste total, porém, mais de 70% foram matérias-primas – os embarques de minério de ferro representaram 43,3% do total. Já as importações somaram US$ 25,5 bilhões, alta de 60%.
Marcos Imamura, sócio da GBI Consultoria Internacional, afirma que a prioridade do Brasil, realmente, deve ser ampliar a comercialização à China de produtos que não os básicos. A balança está positiva agora por causa principalmente da alta dos preços das commodities.