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Clippings - 13/08/09

Dirigente da Anut defende compra de navios novos em estaleiros nacionais

O vice-presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte Aquaviário (Anut), José Ribamar Dias, defendeu, durante palestra no 1º Seminário sobre o Desenvolvimento da Cabotagem Brasileira, que está acontecendo hoje (12) e amanhí (13), em Brasília, que a compra de navios novos no Brasil seja feita, por um certo perãodo, exclusivamente em estaleiros nacionais. O encontro é promovido pela ANTAQ e pelo Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima – Syndarma.

Ribamar acredita que a medida incentiva a construção naval brasileira, “hoje muito mais preparada do que no passado”. Esse preparo, segundo ele, se deve muito mais a esforços próprios, alcançados internamente, do que a políticas de governo destinadas a gerar uma eficiência tecnológica no setor. “A demanda gerada pela reserva de carga foi suficiente para criar o parque, mas não para ampliá-lo”, disse, lembrando que “os mirabolantes modelos de construção naval implantados em muitos países contribuíram decisivamente para impedir a expansão brasileira”.

O dirigente da Anut, que falou sobre a “Navegação de cabotagem na visão dos usuários do transporte aquaviário”, disse que houve um pequeno crescimento da oferta do transporte de cabotagem, no qual o maior demandante foi o setor siderúrgico, mas ainda pequeno para as necessidades.

Sobre a reserva de mercado para os armadores, lembrou que ela não vem contribuindo para a expansão da oferta de navios, nem próprios e nem afretados. E apontou dificuldades em atrair o interesse dos usuários, bem como a existência de fortes indícios de demanda reprimida. Para ele, há uma crença perniciosa no setor em um falso equilíbrio entre oferta e demanda, “que tem levado à estagnação da oferta”.

Entre os fatores que prejudicam a atratividade da cabotagem, Ribamar apontou as dificuldades impostas à aquisição de afretamentos de navios. Segundo ele, o demandante de transporte deve ter maior liberdade e poder ir à agência reguladora reclamar o direito de contratar diretamente o navio estrangeiro, quando faltar navio nacional.

Por fim, o vice-presidente executivo da Anut fez várias recomendações para o desenvolvimento da cabotagem, como a promoção da oferta do setor inserida em um serviço multimodal porta a porta, sob a cobertura do Conhecimento de Embarque Marítimo, em condições competitivas com o modal rodoviário; a revisão das normas de afretamento; a reavaliação dos benefícios auferidos pelo REB no setor; e a realização de um esforço de conscientização do poder público da importância da cabotagem no destravamento do processo de correção da matriz de transportes brasileira.