No painel “Mulheres no Setor de Energia”, realizado na Rio Innovation Week 2024, executivas da Galp, Neoenergia e Vibra Energia debateram as barreiras e as medidas para a inclusão de mulheres na indústria de energia

A discriminação é inconsciente, afirmou Ana Casaca, diretora global de Inovação da Galp, no painel “Mulheres no Setor de Energia” do Energy Hub Summit, realizado nesta terça-feira (13) na Rio Innovation Week 2024, no Rio de Janeiro (RJ). A executiva afirmou que, ainda hoje, tanto no setor de petróleo quanto no de inovação, as mulheres não são maioria.
“Como empresa, acredito que temos que ser inclusivos by design. Temos que, conscientemente, fazer escolhas mais diversas para ter equipes mais diversas – e não só de gênero, mas também de idade, de backgrounds diferentes, etc, porque isso gera conversas mais ricas, mais aprendizagem entre as equipes e, consequentemente, mais inovação”, explicou Casaca no painel, que foi mediado por Rosely Máximo, sócia editora-chefe da Brasil Energia.
Rita Knop, diretora Comercial da Neoenergia, afirmou que enfrentou diversas barreiras como engenheira eletricista, e que não se orgulhava de ser, na maior parte das vezes, a única mulher nas equipes das empresas. “Eu nunca tive uma chefe mulher, por exemplo. Eu não entendia e não me orgulhava em ser a única mulher em uma equipe. A partir desse entendimento, comecei a trabalhar para mudar esse cenário, porque, na maior parte das vezes, a discriminação é inconsciente; para certos cargos as mulheres não são cogitadas de primeira. E eu comecei a questionar isso aos meus chefes: ‘você já pensou em contratar uma mulher para essa posição?’”, explicou Knop.
Para Clarissa Sadock, VP de Energia Renovável e ESG da Vibra Energia, o que antes dava medo, hoje é uma motivação. “Com o tempo, fui entendendo o meu potencial e a minha capacidade. Cada passo que eu dava, percebia que poderia dar mais um. O nosso lado feminino é um pouco autossabotador também mas, aos poucos, a gente percebe que sim, conseguiremos chegar lá. Mas para isso precisamos ter metas, e metas claras. Temos que mostrar o valor que a diversidade gera para as empresas. Além disso, temos que preparar as mulheres que entram nas empresas para futuras promoções, assim como trabalhar na base, com a abertura de estágios, por exemplo”, ressaltou Sadock.
“Se os líderes não acreditam, as metas não vão para frente. E os dados mostram que as empresas que possuem mais mulheres em seu quadro conseguem resultados melhores em performance, financeiro, em sustentabilidade, em várias áreas. Não temos que esperar que a mudança venha do outro, temos que liderar esse processo de mudança nós mesmos. Todos nós podemos ser uma voz de mudança no setor”, finalizou Knop. “Capacidade temos, o que falta é o espaço”, completou Máximo.
Fonte: Brasil Energia