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Clippings - 30/11/12

Docas poderá ter de explicar píer em Y na Câmara

A discussão em torno do projeto da Companhia Docas do Rio de Janeiro de criar um píer em Y no Porto do Rio, perto do Armazém 2 e da Praça Mauá, chegou a Brasília. O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) apresentará na próxima terça-feira um requerimento na Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Viação e Transportes, para que se convoque a Companhia Docas a dar explicações sobre a proposta.

Molon diz que a iniciativa é absurda e caminha na contramão do que o Rio espera para a Zona Portuária:

– Essa audiência será uma oportunidade para ouvir o que a companhia tem a dizer e para mostrar que não concordamos com essa iniciativa. Afinal, em última instância, trata-se de dinheiro público custeando uma obra
que vai destruir a paisagem do Rio.

Ela não faz sentido algum num momento em que há esforços para revitalizar a área do Porto. Acho que o projeto não tem nenhuma relação com o que se está pensando para a região.

Críticas à localização

O deputado acredita que a concepção do novo atracadouro, previsto para ficar ao lado do Museu do Amanhí, projeto do arquiteto catalão Santiago Calatrava e um dos ícones da revitalização, mostra que faltou diálogo e
integração entre os projetos da Companhia Docas e do projeto Porto Maravilha.

Molon diz ainda que não deseja ver um paredão de transatlânticos separando o Centro do Rio do mar. A visão do deputado é semelhante à de Vicente Giffoni, que preside a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RJ). Ele defende que a fila de embarcações não fique num ponto que está recebendo
projetos e investimentos de peso:

– Colocar o píer mais à esquerda (como era o projeto original, perto do Armazém 6) não faz diferença para o turista. A distância é pequena e a logística de desembarque pode ser pensada em função disso.

O que as pessoas parecem estar tendo dificuldade de entender é a dimensão desse projeto. É uma revitalização urbanística que envolve muita coisa. Existem outras áreas onde o píer pode ser melhor alocado.

Já o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), José Conde Caldas, lembra que se trata do maior projeto de retrofit urbano já feito no mundo, abrangendo uma área de cinco milhões de metros quadrados.

Ele também concorda que não há como fugir do paredão de navios, mas acha incompreensível que ele fique ao lado do Museu:

– Ter um projeto de um gênio da arquitetura (Calatrava) sendo escondido por navios é totalmente absurdo.

O projeto do Porto Maravilha vinha de vento em popa até aparecer esse píer, que mais parece um piano no meio da sala.