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Clippings - 23/03/11

Documentação errada causa 24% dos atrasos dos contêineres

Uma parcela de 24% dos contêineres que ficam além do tempo necessário em terminais do Porto de Santos tem erros na documentação enviada por agentes de importação e despachantes aduaneiros. O dado foi apresentado ontem, pelo diretor-superintendente da companhia de navegação Hamburg Süd, Julian Thomas, em reunião no Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), na Capital. Nesses casos, a demora na estadia dos contêineres é causada por divergências nos dados da documentação da carga. Oprocesso de importação deve obedecer uma série de exigências burocráticas e administrativas, que são avaliadas pela Receita Federal. Porém, quando existe algum problema envolvendo a descrição da carga, ela fica retida até que o impasse seja esclarecido. Segundo Thomas, a conscientização do mercado sobre a necessidade de agilizar a operação é a uma das principais maneiras de reduzir custos e aumentar a capacidade de movimentação de contêineres no Porto. O diretor da Hamburg Süd acredita que é necessária a união de esforços para atingir o objetivo maior ­ o atendimento à demanda. O foco da nossa discussão é a maximização do uso da infraestrutura existente. Temos que procurar medidas a curto prazo para resolver problemas que estão acontecendo agora, afirmou. Para o coordenador do Comus, José Cândido Sena, os dados apresentados ontem vão ao encontro das discussões realizadas pelo Comitê. É ruim falarmos da ineficiência de um serviço, mas temos que falar nela para identificar problemas e soluções. Segundo Sena, os terminais não podem ser formadores de estoques. A tendência é que, com pátios lotados, o terminal perca eficiência. Como trabalhar com um cenário de aumento nas importações e nas exportações, com os novos terminais só operando em 24 meses?, questionou o coordenador do Comitê, referindo-se aos novos terminais da Embraport e da Brasil Terminal Portuário, atualmente em construção e que, juntos, aumentarão em 50% a capacidade do Porto de Santos de operar contêineres. Segundo empresários do setor, o aumento da produtividade nos terminais portuários pode ser intensificado com o trânsito aduaneiro de contêineres para zonas secundárias (fora da área portuária). Essa medida permite maior agilidade nas operações, mantendo livre a área primária do Porto. Em às exportações, a logística cadenciada continua sendo a maior arma para intensificar esse tipo de movimentação. A organização deve começar antes mesmo da carga chegar ao porto, com as janelas de exportador, transportador e terminal adequadas, afirmou o coordenador do Comus. PRÓXIMO DEBATE Amanhí, o Comus, órgão da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), vai novamente discutir o trânsito de mercadorias conteinerizadas, mas desta vez, sob a ótica do exportador. O convidado para a apresentação será o gerente de Logística da exportadora CP Kelco, Carlos Contiero. Entre os assuntos debatidos, estarão os preços dos serviços logísticos e o impacto do trânsito de mercadorias na competitividade do Porto de Santos.