São Paulo – O setor petroquímico brasileiro é a primeira vítima local dos conflitos árabes que incluem a iminência de guerra civil na Líbia, um dos maiores exportadores de petróleo da Opep. O preço da matéria-prima básica da petroquímica, a nafta, deverá ser reajustado para US$ 900 por tonelada na próxima semana. O valor médio praticado no mercado brasileiro hoje está em US$ 815 por tonelada, nível que não se manterá mesmo com a fórmula de estabelecer a média da cotação dos últimos três meses no mercado spot (à vista) na Europa.
A alta do preço da nafta em alta já afeta a relação entre a Braskem e a Petrobras. Ontem a petroquímica avisou que não quer mais pagar à vista a matéria-prima e pediu prazo à estatal.
Historicamente, o preço do insumo petroquímico é o equivalente a nove vezes a cotação do barril do petróleo e como os conflitos estão elevando o valor do petróleo o aumento é dado como certo devido à alta volatilidade registrada desde dezembro no valor do barril.
Na última semana do ano passado a cotação do barril utilizada pela Petrobras como referência, o Brent, era negociado na casa dos US$ 80. Já ontem, com o agravamento da crise na Líbia, um dos maiores exportadores do produto para o continente europeu, o preço já marcava US$ 108 por barril, maior nível desde antes da crise mundial de 2008.
Ainda ontem, a italiana Eni informou que suspendeu parte de sua produção na Líbia, incluindo as operações no gasoduto Greenstream, que envia para a Itália cerca de 10% das necessidades de gás natural do país. A Eni é a companhia internacional com as maiores operações na Líbia.
A petrolífera espanhola Repsol também anunciou que suspendeu suas operações na Líbia em consequência dos conflitos.