O acordo definitivo de sociedade entre o grupo chinês Wuhan Iron & Steel (Wisco) e a MMX Mineração e Metálicos, envolvendo US$ 400 milhões, deve ser assinado até o fim do mês. Um grupo de executivos da EBX, liderados por Eike Batista, segue para a China dia 23 para selar a transação, ainda em processo de acerto. Batista, Roger Downey, diretor executivo da MMX, e Octávio Lazcano, presidente da LLX, desembarcam em Pequim e seguem para Wuhan, cidade sede do grupo chinês.
O pacote a ser fechado trata da aquisição de participação acionária do grupo chinês na mineradora controlada pela EBX, mais um contrato de fornecimento de minério de ferro para a siderúrgica Wuhan por 20 anos e a instalação de uma siderúrgica de placas de aço na retroárea industrial de Porto Açu, em Barra Mansa, no Rio. A usina de aço será um investimento de US$ 4 bilhões e deverá fabricar 5 milhões de toneladas de placas anuais. A EBX será sócia dos chineses no projeto.
A compra das ações da MMX pela Wisco será feita através de operação de aumento de capital da mineradora, que deve acontecer antes do fim do ano. A emissão primária de ações deve superar US$ 400 milhões. Todos os acionistas vão poder participar da oferta, inclusive os minoritários. A operação vai diluir a participação do controlador, mas Batista deverá exercer o suficiente para repassar à Wuhan o percentual de ações da MMX que os chineses estiverem dispostos a comprar para serem sócios.
Em Fato Relevante divulgado em 21 de junho, a MMX S/A informava ao mercado que o grupo Wisco fez uma proposta não vinculante de US$ 400 milhões para ter uma participação de 9,09% da holding MMX S/A pagando US$ 120 milhões e mais uma fatia de 23% na controlada MMX Sudeste, por US$ 280 milhões . Esses percentuais, porém, podem ser alterados. A questão está em discussão para definir qual a melhor opção para as partes. O certo é que a Wisco vai colocar US$ 400 milhões na MMX. A maneira de fazê-lo por enquanto ainda está em aberto, disse fonte próxima da negociação. A opção A, do Fato Relevante, é a dos chineses adquirirem 9,09% da MMX S/A e 23% da MMX Sudeste. Mas existem alternativas a serem definidas até o acerto final das negociações.
A meta da MMX S/A é ampliar a produção da MMX Sudeste, atualmente de 8,7 milhões de toneladas de minério de ferro, para 33,7 milhões toneladas até 2013. As minas da AVG Minerminas arrendadas da Cefar, integrantes do complexo de Serra Azul, devem produzir até lá 16,2 milhões de toneladas de minério de ferro, enquanto a mina de Bonsucesso, adquirida por Eike da LGA, responderá por 17,5 milhões de toneladas. Mas a Wuhan não será obrigada a comprar todo este minério.
Os US$ 400 milhões a serem pagos pelos chineses pelas ações da MMX e da MMX Sudeste vão engordar o caixa da empresa para tocar o investimento de expansão das minas, avaliado em US$ 1 bilhão.
O volume anual de minério de ferro a ser fixado para fornecimento à siderúrgica Wuhan pela MMX Sudeste é outro ponto ainda em definição. O prazo do contrato de fornecimento para a usina será de 20 anos, a preço de referência do mercado de minério de ferro.
Hoje, a MMX S/A divulgará seu balanço do terceiro trimestre após o fechamento do mercado.