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Clippings - 23/06/09

Em fase difícil nos EUA, GGP descarta sair do Brasil

Não estamos interessados em vender ativos no Brasil, onde enxergamos muitas oportunidades. Todos os sócios da Aliansce comprometeram-se a investir mais dinheiro na empresa se for necessário. Com essa declaração, Adam Metz, presidente executivo da companhia americana General Growth Properties (GGP), a segunda maior empresa de shopping centers do mundo, espera calar os constantes rumores de que o grupo poderia vender sua participação na Aliansce, quarta maior empresa do setor no Brasil.

A GGP associou-se ao empresário Renato Rique, controlador do antigo grupo Nacional Iguatemi, em 2005, quando constituíram a Aliansce. Em 2007, a Gávea, administradora de fundos de investimento de Armínio Fraga, adquiriu 22% da companhia, na qual a GGP e Rique detêm hoje 49% e 26% do capital, respectivamente.

Estamos muito satisfeitos com o nosso investimento no Brasil, diz Metz. A Aliansce controla ou possui participações acionárias em 20 shopping centers e está construindo mais três empreendimentos no país – em Brasília, Belém e Belo Horizonte. Fazem parte de seu portfólio o Shopping Iguatemi Salvador (BA) e os shoppings Leblon e Via Parque, no Rio.

Em sua primeira visita ao Brasil e à Aliansce, Metz concedeu uma entrevista ao Valor na recepção do hotel em que estava hospedado na semana passada em São Paulo. O executivo é bem conhecido dentro da indústria americana de shoppings e carrega vários anos de experiência no setor, o que explica o fato de ter sido confiada a ele a missão de recuperar a GGP.

Antes de ser convidado para presidir a companhia, há cerca de seis meses, Metz foi sócio da gestora americana de fundos Blackstone, com a qual comprou e vendeu participações acionárias em shoppings nos EUA. Metz também já presidiu a Urban Shopping Centers, que foi vendida no ano 2000.

Liderar a reestruturação da GGP, porém, é dos maiores desafios de Metz. A companhia foi protaganista da maior concordata da história americana no setor de imobiliário e figura em 16 º lugar entre as maiores concordatas dos EUA, lista na qual tem a companhia de Lehmam Brothers, General Motors e Enron.

Com o colapso do mercado de bônus, em 2008, a GGP não conseguiu rolar sua dívida de US$ 27 bilhões, algo que sempre fez até então. No dia 16 de abril de 2009, a empresa foi forçada a pedir recuperação judicial.

Segundo Metz, o fato de empresa ter recorrido à recuperação judicial não quer dizer que ela esteja insolvente. A empresa não está sendo liquidada, esclarece. Segundo ele, a situação da GGP é diferente da enfrentada por outras companhias, como o banco Lehman Brothers. Nossos ativos ainda são bons ativos, afirma o executivo. A GGP, que controla mais de 200 shoppings nos EUA, possui ativos avaliados em quase US$ 30 bilhões. Ela é maior que toda a indústria brasileira de shoppings.

Assim como não pretende se desfazer de sua sociedade na Aliansce, Metz afirma que também não planeja vender shoppings no mercado americano. Esse é um mau momento para vender ativos. Não estamos interessados em fazer isso, diz o executivo. A meta da companhia é conseguir renegociar os bônus com os detentores desses títulos nos Estados Unidos.

A recuperação da GGP, diz Metz, é uma hipótese bastante viável. No entanto, é difícil dizer quanto tempo será preciso para que isso aconteça. A economia americana começou a dar sinais de vida, mas, segundo o executivo, o mercado apenas parou de cair. Quando o mercado [de crédito] vai decolar? Ninguém sabe.

O investidor que mais aposta na recuperação da GGP é Bill Ackman. Em uma entrevista à ABC News, o investidor afirmou que prevê ganhar 13 vezes o valor investido na companhia, um ativo que ele considera de alta qualidade depois de reorganizada. Ackman detém 25% da GGP e avalia que a renegociação da dívida por sete anos seria suficiente para resolver seus problemas.
Fonte: Valor Econômico