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Clippings - 15/07/10

Embarque de boi vivo do País crescerá mais de 20% no ano

São PAULO – Em ritmo acelerado, as exportações de boi vivo do Brasil ultrapassam o índice de crescimento esperado pelo mercado. No primeiro semestre deste ano, os embarques avançaram 24% em relação ao mesmo perãodo em 2009. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo Alex Santos Lopes da Silva, consultor da Scot Consultoria, aponta um crescimento de 15% para o setor brasileiro em 2010. No segundo semestre devemos superar ainda mais essa projeção do USDA, afirma.

De acordo com Silva, a Venezuela tem sido o principal condutor da expansão no País. O Brasil fecha o ano comercial com pelo menos 20% mais embarques, se comparado ao volume em 2009.

Estatística da Scot mostra que o País deve comercializar no mercado externo, até o fim do ano, 620 mil cabeças de bovino vivo. No primeiro semestre deste ano já foram enviadas para o Líbano, Egito e alguns países africanos, além da Venezuela, 291 mil cabeças, com um faturamento de US$ 270 milhões. O montante exportado, no ano passado, especialmente via Pará, foi de 519 mil cabeças. No primeiro semestre de 2009 o faturamento somou US$ 183 milhões, com 236 mil cabeças embarcadas, diz o consultor.

De acordo com Silva, os preços médios praticados em 2009 giraram em torno de US$ 786 por cabeça. Este ano, a cabeça de boi em pé valorizou em média 18%.

Para o consultor, o Brasil, apesar de ocupar a quarta posição no ranking mundial dos exportadores de boi vivo, possui maior potencial de avanço. Canadá, México e Austrália crescem de 2% a 3% por ano. O País ainda pode ganhar mercado nos países sul e norte-americanos, observa.

Segundo Silva, a África também pode contribuir para a ampliação das exportações brasileiras de boi vivo. O país já sinalizou interesse em adquirir os animais do Brasil para consumo, afirma.

Atualmente os africanos importam bovinos vivos brasileiros para reprodução.

Para Bruno de Jesus Andrade, zootecnista e membro do Departamento Técnico da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), a queda nas exportações de animais australianos para a Indonésia pode representar uma oportunidade de negócio para o Brasil. A distância dificulta. Tudo depende de custo com frete.

Estimativa da Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics (Abare) aponta um recuo de 6% nos embarques de animais australianos na safra 2010/2011, devido a uma retração nas importações da Indonésia. Ainda de acordo com a Abare, em 2009 as exportações de bovino vivo da Austrália caíram 17%. No ano passado, o país embarcou pouco mais de 900 mil cabeças.

Segundo Andrade, outra via de crescimento para as exportações do Brasil está nos países do Oriente Médio, como o Líbano, que prefere realizar o abate halal – de acordo com rituais religiosos islâmicos – em território nacional.

No entanto, segundo o zootecnista, para o Brasil ganhar novos mercados é necessário investimento em qualidade. O Brasil exporta quantidade, não qualidade como os australianos. Atendemos um mercado que busca volume e preços mais atrativos.

Os bovinos vivos do Rio Grande do Sul, para Andrade, possuem mais qualidade genética, se comparado aos animais do Pará. O Rio Grande do Sul vai crescer bastante, prevê.

Rússia

As importações de carne bovina da Rússia somaram US$ 185,7 milhões em junho, alta de 4,7% em relação ao mesmo perãodo em 2009 e de 13,3% frente ao mês anterior, informou ontem o serviço alfandegário federal. O país importou US$ 177,4 milhões em junho de 2009 e US$ 163,9 milhões em maio deste ano.