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Clippings - 07/07/09

Empresas conseguem reagir, mas infraestrutura dos portos não ajuda

Analisar os números divulgados pela Companhia Docas da Bahia (Codeba) não tem sido uma tarefa das mais agradáveis nos últimos meses. Além da crise econômica global, a indefinição quanto ao nome do futuro presidente da estatal e as polêmicas que envolvem a ampliação de terminais e os investimentos nos portos de Salvador, Ilhéus e Aratu têm derrubado a movimentação de cargas no estado, um dos mais importantes do País. E a conclusão é de que as empresas estão conseguindo reagir à crise, mas a infraestrutura dos portos não ajuda.

No acumulado de janeiro a maio de 2009, 1.346.741 toneladas de cargas baianas foram movimentadas em portos fora da Bahia, contra 1.164.191 toneladas que fugiram dos portos do estado no mesmo perãodo do ano passado. Isso representa um aumento de 13,6% na quantidade de cargas baianas escoadas por outros estados nordestinos ou até do Sudeste. Por outro lado, neste mesmo perãodo, a movimentação de cargas nos portos baianos apresentou uma queda de 44,1%, sendo que a maior contribuição veio dos setores de cargas soltas e granéis.

“O problema está relacionado à falta de manutenção da infraestrutura e na demora de início das obras do PAC programadas para a Bahia, tomando como exemplo a Via Expressa Portuária que integrará o Porto de Salvador à BR-324. Há fatores gerenciais que devem ser levados em consideração, incluindo a questão da falta de um administrador na Codeba. Nesse ponto, até mesmo os sindicalistas reclamam da falta de continuidade das administrações e os graves danos que isso acarreta para a atividade”, analisa o professor e economista Milton da Silva Cruz.

Ainda segundo o especialista, outro fator importante que contribui para a perda de cargas para nos portos da Bahia é o fato de seus principais concorrentes serem os portos de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará. Ambos são administrados pelos governos estaduais e buscam melhor regulamentação, redução do custo de movimentação de contêineres e aporte tecnológico. E o apoio direto dos governos dos estados mostra que esta pode ser uma saída aos complexos da Bahia, até pela importância estratégica dos portos.

“Em minha opinião, as empresas reagiram bem à crise. Os números apresentados registram que a balança comercial da Bahia apresentou um superávit de US$ 175 milhões em abril deste ano, por conta da retomada de crescimento na China, que incrementou em 675% as compras de produtos baianos. Por outro lado, houve a redução nas importações baianas em 48,7% no primeiro quadrimestre do ano se o compararmos com o mesmo perãodo de 2008. Nosso estado, que tem fronteiras com outros nove, deveria potencializar uma grande convergência de cargas” (Com informações PortoGente).