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Clippings - 15/07/09

Empresas se mostram preocupadas sobre a remuneração do pré-sal

São PAULO – O mercado de exploração e produção de petróleo recebeu com tranqüilidade as declarações do ministro de Minas e Energia Edison Lobão, dadas ontem na saída da reunião ministerial realizada em Brasília e que tratavam do novo marco regulatório para o setor. O motivo é simples: o que mais preocupa essas empresas não é a forma de contratação – por partilha ou concessão – mas a remuneração oferecida que deve ser compatível aos riscos existentes, que, segundo elas, não são poucos.

De acordo com Ivan Simões, membro do Comitê de E&P do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a conta de como se chega a um valor considerado viável para é complexa e envolve quase todas as fases de exploração. De acordo com o executivo, que também é vice-presidente da British Petroleum (BP), companhia que não possui E&P no Brasil, o primeiro nível de risco é o geológico, que envolve a análise de uma região que deve se adequar a determinados parâmetros de tipo de rocha (geradora ou reservatório) e pressão na região.

Se houver a descoberta de petróleo, começa a segunda fase que envolve o risco comercial, ou seja, se a reserva descoberta é viável comercialmente com todas as variáveis de produção e qualidade do mineral. O terceiro ponto é o tecnológico, ou seja, se há equipamentos disponíveis no mercado que são compatíveis com a necessidade de extração e se o custo possibilita a exploração e produção dos poços. Por último, há ainda o risco dos custos, que, aliás, tem sido muito debatido pela Petrobras no que se refere ao pré-sal. Nesta fase devem ser consideradas as incertezas dos valores da commodity petróleo, custos dos serviços, preço do aço para toda a infra-estrutura necessária à atividade – inclusive com os dutos ou navios para transporte, os estudos sísmicos, preços das sondas, dentre outros.

Todos esses riscos correm no mesmo prazo de um projeto, ou seja, é de longo prazo de maturação e podem se estender por décadas, explicou Simões. Não dá para afirmar que tem um custo fixo, cada empresa é um caso e a avaliação é particular de cada um dos players do mercado, completou ele. Por esse motivo, o poço seco do pré-sal, anunciado semana passada não deve influenciar na disputa entre a decisão de mudança do governo e o desejo das empresas de exploração no País, que é o de manter a atual lei do petróleo, de 1997, ainda considerada moderna pelo ex-presidente da Petrobras, Francisco Gros, hoje na OGX, que defendeu apenas ajustes quanto à remuneração das empresas, em entrevista exclusiva ao DCI.