Maior ampliação da capacidade de armazenamento acontece no setor de biocombustíveis, onde a produção também mais cresce

Com aumento da demanda e da produção, empresas brasileiras elevaram também a capacidade de armazenamento e o total de bases de distribuição de combustíveis. A maior ampliação capturada pela agência reguladora ocorreu no setor de biocombustíveis, com salto de 13,2% e 6,2% na capacidade de armazenagem de biodiesel e de etanol respectivamente.

Região Norte e Centro-Oeste são os maiores alvos de investimentos para ampliação das bases de distribuição, tanto de derivados quanto de biocombustíveis. No Norte, o armazenamento de etanol e biodiesel passou de 92 mil m3 e 43 mil m3 em 2022 para 60 mil m3 e 122 mil m3 em 2023. No Centro Oeste, o aumento foi de 114 mil m3 e 33 mil m3, para 126 mil m3 e 40 mil m3.

O Nordeste, que vinha perdendo bases de distribuição nos últimos anos, com gargalos na oferta de combustíveis, elevou a capacidade em 2023. A capacidade de armazenamento nominal de derivados na região cresceu cerca de 15% no ano passado. A região ganhou uma base de distribuição de GLP, segundo dados da ANP.

O total de bases de distribuição de combustíveis líquidos no País aumentou de 292 para 297 no último ano, revertendo a tendência negativa dos últimos anos. Em 2020, havia 305 bases de distribuição.

Em estudo recente, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) mostrou que em 2022 houve conversão da capacidade de armazenamento de óleo cru em capacidade de armazenamento de derivados. Com alta nos preços do petróleo e derivados desencadeada por guerras aumentou a necessidade de tancagem de combustíveis líquidos.

Em 2023, a capacidade de armazenamento de derivados cresceu cerca de 1,6%.  As vendas de derivados pelas distribuidoras registraram crescimento de 4,7%, com destaque para as vendas de querosene de aviação, que cresceram 9,6%. E a produção nacional de derivados cresceu 4,2% em 2023 e atingiu 2,2 milhões de barris/dia, em torno de 87% da capacidade instalada de refino.

No setor de biocombustíveis, a produção de biodiesel, em 2023, foi 20,4% superior ao ano anterior. Já a produção de etanol foi 15,5% maior do que a do ano anterior, atingindo a marca histórica de 35,4 bilhões de litros. O etanol hidratado apresentou maior competitividade dos preços em relação à gasolina C, o que resultou, em 2023, num crescimento de 5,1% nas vendas deste combustível.

Fonte: Revista Brasil Energia