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Clippings - 01/08/24

Enauta em discussão final sobre compra de participação no Parque das Conchas

A conversa entre a companhia e as concessionárias Shell e ONGC é sobre garantias; a transação continua programada para o 3T24

A Enauta está em discussão final com a Shell e a ONGC para a compra da participação da Qatar Energy no Parque das Conchas, informou a companhia em teleconferência de resultados do 2T24, realizada nesta quarta-feira (31). A conversa gira em torno das garantias, e, segundo o diretor operacional, Carlos Mastrangelo, a transação continua programada para o 3T24.

A aquisição dos 23% da Qatar Energy no ativo pela Enauta foi aprovada sem restrições pelo Cade no começo deste ano. Ao todo, o Parque das Conchas possui 33 poços em operação, 10 bombas submarinas, um sistema de injeção de água, além de um gasoduto de exportação de gás e um poço de descarte de gás. 

Durante a reunião, o CEO da companhia, Décio Odone, ressaltou que ainda continuam em discussão com a Petrobras sobre a aquisição dos campos de Uruguá e Tambaú, além de estarem avaliando alternativas de desenvolvimento. No início de julho, a Enauta rescindiu o contrato de aquisição do FPSO Cidade dos Santos, o qual opera em ambos os campos da Bacia de Santos.  

FPSO Atlanta

Ao ser questionado sobre as regulações e o 1º óleo do FPSO Atlanta, Décio Odone destacou que, do lado do Ibama, falta a visita final ao FPSO, prevista para ocorrer ao longo do mês de agosto. Em relação à ANP, caso não haja a operação padrão da agência (responder em 30 dias as solicitações), mantém-se a data de início para agosto.

“Se continuar a operação padrão, esses prazos forem mantidos, aí a gente pode ter um atraso”, disse Mastrangelo. Sobre a greve geral, Mastrangelo entende que pode impactar, mas, como são poucos dias, acredita que não irá interferir na previsão de que o FPSO comece ainda este ano.

Como um “Plano B”, o diretor operacional informou a ideia de estender a vida útil do Petrojarl I para manter a produção até o final do ano. Uma das possibilidades para manter o FPSO em funcionamento é tirar o poço que menos produz, adaptando-o para reproduzir no Atlanta.

“Nesse caso, a aceleração da curva de produção do [FPSO] Atlanta vai ser muito mais rápida. A gente estaria antecipando a transferência do Petrojarl para o Atlanta”, completou o diretor operacional.

Na terça-feira (30), a companhia concluiu todas as conexões do sistema submarino e de linhas com o FPSO Atlanta. Nas próximas semanas, a companhia iniciará a campanha de instalação do segundo módulo de bombeio multifásico e conexão dos demais poços.

A Fase 1 do Sistema Definitivo (SD) de Atlanta prevê a conexão de seis poços horizontais. A decisão final de investimento (FID) da Fase 2 está prevista para ocorrer no 4T24, bem como a da Fase 1 do campo de Oliva. 

Anteriormente, Carlos Mastrangelo mencionou que uma parte dos risers do Petrojarl I será utilizada no SD de Atlanta, além da plataforma ser uma das opções para o desenvolvimento de Oliva. Este último foi um ponto reforçado durante a teleconferência, uma vez que um dos caminhos que estão trabalhando é reforçar o Petrojarl I para ficar na locação durante três anos como sistema antecipado de Oliva.

O período de adaptação e adequação do Petrojarl I será o necessário para a compra de linhas, as bombas e perfurar dois poços em Oliva, segundo Mastrangelo. O campo está a 20 km de Atlanta e ambos estão localizados no bloco BS-4, na Bacia de Santos, e operados com 100% de participação pela Enauta. 

Em março, a companhia assinou um contrato de compra e venda para que a Westlawn Americas Offshore (WAO) adquira 20% de participação no BS-4; o fechamento da transação ainda depende de algumas aprovações. Sobre a WAO, Décio Odone não descarta tê-los como parceiros em outras oportunidades na nova companhia (fusão com a 3R Petroleum).

Resultados financeiros

A Enauta registrou uma receita de R$ 554 milhões no trimestre, gerando uma variação negativa de 32,1% ante o montante do 1T24 (R$ 816 milhões). Além disso, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 219 milhões, diferente do lucro visto no trimestre anterior (R$ 209 milhões). 

Segundo o relatório, a companhia justifica os resultados pelos efeitos não-recorrentes e por mudanças cambiais, como uma proteção cambial de swap de debêntures e de caixa.

Fonte: Revista Brasil Energia