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Clippings - 03/09/09

Enquanto Portos públicos aguardam investimento, iniciativa privada garante competitividade

O diagnóstico de um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mapeou as obras necessárias para melhorar a eficiência operacional e competitividade dos portos nacionais, avalia que os portos precisam de investimentos de R$ 43 bilhões. Os longos anos de abandono condenaram alguns portos brasileiros a um perigoso processo de estagnação e decadência, fortalecido pela crise mundial e queda do comércio exterior. Os terminais, que já vinham sendo substituídos por outros portos pela deficiência de suas instalações, agora sofrem uma redução drástica na atracação de navios, como é o caso do Porto de Ilhéus, Maceió, Antonina e Cabedelo, entre outros.

Enquanto isso, grandes portos e terminais portuários privados comemoram recordes de movimentação em plena crise mundial. A Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes, em operação há menos de dois anos, movimentou 24 mil contêineres em julho deste ano, recorde do terminal. Cerca de R$450 milhões foram investidos em infraestrutura portuária para a construção do terminal, que investe em equipamentos modernos e mão de obra especializada para atrair novos clientes.

Segundo o Diretor-Superintendente do Porto, Osmari de Castilho Ribas o benefício perante os clientes com após um investimento como este é conseguir aliar tecnologia de ponta com sustentabilidade e inovação, oferecendo eficiência equivalente aos principais portos do mundo. Além de ágil, o terminal conta com uma retroárea completa para a movimentação dos maiores navios que operam na costa brasileira.

No valor citado pelo Ipea para a modernização dos portos, estão incluídos equipamentos operacionais mais eficientes, como os portêineres – guindastes especializados de US$ 8,5 milhões e com capacidade para operar as maiores embarcações que atracam na costa brasileira – que agilizam as operações e garantem eficiência e segurança no manuseio dos contêineres. “Há cinquenta anos, carregar um navio levava até uma semana de trabalho. A tarefa exigia centenas de estivadores. Graças aos portêineres, um trabalhador, operando um joystick, faz o mesmo serviço em algumas horas e sem precisar de muitos trabalhadores para ajudar”, explica o diretor-superintendente administrativo da Portonave.

O investimento da Portonave foi utilizado para adquirir exatamente este tipo de equipamentos, como os três portêineres. O porto também opera com dois guindastes MHCs, oito transtêineres e 25 terminal tractors – caminhões específicos para o transporte de contêineres dentro do pátio do Terminal. Além disso, o investimento também foi utilizado para a segurança, tanto que em 2008, a Portonave conquistou o ISPS CODE e foi o primeiro Terminal brasileiro a cumprir todas as medidas de segurança internacionais, necessárias para a operação de cargas destinadas aos principais mercados do mundo. Os requisitos de qualidade e segurança foram conferidos pela Organização Marítima Internacional (IMO), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Para atender ao requisito a Portonave investiu R$ 8 milhões em equipamentos e padrões de conduta, que compreendem um sistema informatizado, normas internacionais de alfandegamento e monitoramento contínuo do perímetro do Terminal de contêineres por 140 câmeras.

Essas modernizações já implantadas em alguns terminais portuários exigem que as atividades portuárias, anteriormente manuais e braçais, também se especializem. Os novos profissionais portuários precisam ter ensino médio completo, conhecimentos básicos de informática e inglês para saber lidar com as novas situações de trabalho. Os trabalhadores estão interagindo diariamente com sistemas operacionais baseados em softwares e com equipamentos de última geração. O setor também se defronta com crescentes normas de segurança e ambientais que necessitam de profissionais atentos.

“Nós Estamos aumentando a nossa movimentação, gerando empregos e renda para a região do Vale do Itajaí e devemos crescer ainda mais, atraindo novos armadores para o Estado. A inauguração da Iceport – Terminal Frigorífico de Navegantes S/A em janeiro deste ano, forma, juntamente com a Portonave, um importante pólo de escoamento de congelados. O centro de manuseio, distribuição e consolidação de carga frigorificada tem 50 mil m² e capacidade anual plena de 900 mil toneladas”, reforça Castilho.

O resultado de todos esses investimentos em equipamentos, mão de obra especializada e treinamentos constantes diminuem os acidentes de trabalho e a avaria nos aparelhos. “Temos rotatividade de colaboradores próxima de zero, com boa produtividade e nível mínimo de erros nos trabalhos dentro do terminal”, diz Castilho. A modernização e aperfeiçoamento de alguns terminais, principalmente os privados, exigem esse investimento sugerido pelo Ipea para que a movimentação dos portos não ancore. (Portal NetMarinha – Florianópolis – SC. 03/09/09)