Empresas anunciaram que negociam uma possível associação
Os rumos da negociação entre Braskem e acionistas da Quattor, confirmada oficialmente no domingo passado, serão ditados pelo atual projeto de internacionalização da Braskem. A expansão no mercado norte-americano é, neste momento, a etapa mais avançada dos estudos da petroquímica para sua atuação no exterior e, por isso, fontes próximas às negociações sinalizam que a companhia pode aguardar o desenrolar das tratativas naquele país para definir o perfil de um eventual acordo com a Quattor. Além dos EUA, a empresa tem planos de construir complexos petroquímicos na Venezuela, no Peru e na Bolívia.
O diálogo proposto pelos acionistas das duas concorrentes teve início formalmente no início deste mês. Segundo uma pessoa ligada ao negócio, não há prazo para que o acordo seja concluído e se até a semana passada havia preocupação entre as partes de agilizar a definição, para que o acerto não fosse noticiado antes de concluído, agora essa preocupação deixou de existir. ?A partir do momento que o assunto se tornou público, o prazo fica ?desafogado??, diz.
Segundo outra fonte, esta próxima ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), o banco de fomento ainda não foi consultado sobre a disponibilidade de recursos para viabilizar o acerto financeiramente. O Bndes participou de operações semelhantes, casos das fusões de Sadia-Perdigão e Aracruz-VCP, e por isso é visto como candidato natural a financiar o eventual acordo entre as petroquímicas.
Outra alternativa para obtenção de recursos seria a Petrobras. Sócia minoritária das duas petroquímicas, a estatal poderia injetar capital para amenizar o nível de endividamento da Quattor ou simplesmente ganhar participação no controle dessa possível nova empresa. Mas a Odebrecht não se mostra disposta a perder o poder de decisão sobre a Braskem, da qual detém quase 40% de participação e que seria a empresa determinante dessa eventual fusão. Caso não seja possível manter o controle, a prioridade para a Odebrecht é, ao menos, garantir o controle privado da nova petroquímica, diz uma fonte próxima às empresas.
Enquanto aguarda o desenrolar das conversações, a direção da Braskem mantém o foco nos Estados Unidos. Em entrevistas concedidas nas últimas semanas, o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, tem destacado que a companhia brasileira pretende aproveitar os efeitos da crise na indústria petroquímica norte-americana para ingressar na principal economia mundial. ?Muitas empresas dos Estados Unidos estão anunciando a intenção de se desfazerem de ativos?, afirmou Gradin em coletiva realizada na primeira quinzena deste mês. A Braskem, segundo uma fonte, já contratou bancos de investimentos para viabilizar negócios na América do Norte e está otimista com a possível compra, que deve ser concluída ainda este ano.(Fonte: Jornal do Commercio/RS)