O volume de financiamentos para construção de usinas eólicas pelo BNDES ultrapassou este ano, pela primeira vez, o valor concedido a PHCs. Entre janeiro e junho, o banco de fomento concedeu R$ 790 milhões em empréstimos para a instalação de 281 MW de aerogeradores. No mesmo perãodo foram aprovados R$ 315 milhões para pequenas centrais hidrelétricas com capacidade para 90 MW. Não houve liberação para usinas de biomassa.
O movimento reflete o desempenho de cada fonte nos leilões de energia realizados nos últimos dois anos. Tida inicialmente como a fonte alternativa de maior potencial, a geração por PCHs recebeu fortes investimentos desde o lançamento do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), em 2004.
No ano seguinte, o BNDES liberou R$ 1,3 bilhão para as pequenas hidrelétricas, mais do que para biomassa (R$ 441 milhões) e eólicas (R$ 465 milhões) juntas. O patamar se manteve alto nos anos seguintes até cair bruscamente em 2010, para R$ 188 milhões, com a redução dos projetos.
Os empréstimos para biomassa tiveram ápice em 2008, quando alcançaram R$ 929 milhões, resultado do bom desempenho do leilão de fontes alternativas no anterior, quando conseguiram 85% dos 638 MW contratados. O volume caiu desde então, chegando a R$ 300 milhões no ano passado e a zero até o início de junho. No último leilão, em agosto de 2010, a fonte arrematou menos de 10% dos contratos.
Já o financiamento de eólicas pulou para R$ 1,1 bilhão em 2009. Como resultado do primeiro leilão exclusivo para a fonte, chegou a R$ 1,2 bilhão em 2010. Se o patamar dos primeiros meses for mantido, deve alcançar R$ 1,5 bilhão este ano, sob os efeitos do leilão de agosto, quando levou quase 80% dos contratos.