A segunda análise técnica no âmbito do programa Gás para Empregar concluiu pela recomendação da autorização de início de atividade antecipada da construção e instalação do gasoduto
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) finalizou a análise técnica da documentação para autorização de início de atividade antecipada (DAIA) das atividades de construção e instalação do gasoduto integrante de escoamento com gás do projeto Raia, da Equinor. A conclusão ocorreu no dia 30 de maio, mas foi divulgada pela EPE na última sexta-feira (6).
De acordo com a EPE, houve compatibilidade do projeto com o planejamento setorial e, dessa forma, recomendou a autorização. A entidade considerou na análise a relevância para o escoamento de uma oferta potencial de gás natural nacional, sua contribuição para a modicidade tarifária e seu alinhamento com os objetivos do programa Gás para Empregar, do governo federal
A análise foi feita no âmbito do programa, no escopo do artigo 6-F, que dispõe sobre a autorização para as atividades das infraestruturas e instalações constantes do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB).
É a segunda avaliação realizada pela EPE, sendo a primeira o projeto da nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) Miranga, da PetroReconcavo.
De acordo com a Empresa de Pesquisa, a análise do projeto do gasoduto ocorreu em conjunto com a ANP, respeitando os prazos regulamentares e buscando garantir a compatibilidade da nova infraestrutura com o planejamento energético nacional.
“Os estudos da EPE para este projeto foram elaborados na perspectiva do planejamento integrado setorial, a fim de que sua implementação não comprometa o uso eficiente das infraestruturas existentes”, disse a diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, no comunicado.
O gasoduto offshore inicia-se na área de desenvolvimento de Raia Manta e Raia Pintada, localizadas na Bacia de Campos. Sua extensão é de 200 km e o gás sairá do FPSO em direção a Cabiúnas, na cidade de Macaé (RJ), com perspectivas de ser ligado à rede de transporte da Nova Transportadora do Sudeste (NTS).
Projeto Raia
O projeto – originado do bloco BM-C-33, na Bacia de Campos – compreende três descobertas diferentes no pré-sal: Pão de Açúcar, Gávea e Seat, que contêm reservas recuperáveis de gás natural e óleo/condensado superiores a 1 bilhão de boe.
A Equinor é a operadora de Raia, com 35% de participação, em parceria com a Repsol Sinopec (35%) e a Petrobras (30%). A decisão final de investimento (FID) do projeto, avaliada em US$ 9 bilhões, foi tomada pelo consórcio em maio de 2023.
A expectativa é que Raia seja responsável por exportar 16 milhões de m³/dia de gás natural, o que pode representar cerca de 15% da demanda brasileira de gás quando o projeto entrar em operação, previsto para 2028.
O projeto compreende a produção por poços conectados a um FPSO capaz de tratar o óleo/condensado e especificar o gás produzido. O gás será escoado pelo gasoduto e os líquidos serão descarregados por meio de navios aliviadores.
Fonte: Revista Brasil Energia