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Clippings - 24/09/09

Estado analisa seis áreas para o Estaleiro Ceará

Diante da reação da comunidade do Serviluz, a praia do Pirambu surge como opção, entre outras quatro áreas em análise

Refutada pela Prefeitura de Fortaleza e ainda em análise pelo governo do Estado, a instalação do Estaleiro Promar Ceará, na Praia do Titanzinho, na enseada do Mucuripe, está totalmente descartada. Também são difíceis as chances do empreendimento ser construído em qualquer outra área do litoral cearense, diante da ausência de áreas abrigadas (baías) para este tipo de empreendimento, o que elevaria bastante os custos.

Entretanto, em audiência pública na tarde de ontem, na Assembléia Legislativa do Ceará, o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhman disse que o governo do Estado já teria feito análises prévias em seis áreas: no Titanzinho e no Pirambu, ambas em Fortaleza; no Paracuru, na foz do Rio Jaguaribe, em Aracati, em Camocim e até no Porto do Pecém. A baía do Camocim é uma área maravilhosa para estaleiros de pequeno porte, mas rasa para navios de grande porte. Em Aracati, a passagem é pequena e rasa e em Paracuru, é possível, mas exige investidores mais destemidos em relação aos custos, explicou Balhman.

Condições no Pirambu

No Pirambu, continuou o titular da Adece, a plataforma continental tem profundidade entre seis e sete metros, própria para navios de pequeno porte, como já faz a Inace. Mas a área poderia ser transformada em um grande complexo de produção naval, sinalizou. Uma a uma, Balhman apontou os prós e os contras e confirmou que a Praia do Titanzinho, por ser a única área já abrigada, mesmo que artificialmente, protegida por dois espigões de pedra, seria o local ideal, com as melhores condições técnica e de maior competitividade econômica e financeira para construção de um estaleiro de grande porte; em relação a áreas disponíveis em outros estados brasileiros, como a Paraíba e a Bahia.

Ressaltou, porém, que em nenhuma dessas áreas foi definida a instalação do Estaleiro. Todas ainda carecem, segundo ele, de análises técnicas e financeiras mais apuradas para que os investidores avaliem a viabilidade financeira e econômica do projeto, apesar do interesse já anunciado pela PJMR, de implantação do equipamento no Ceará. A localização só será definida após o leilão, respondeu o titular da Adece, numa referência à licitação aberta pela Transpetro (subsidiária de transportes marítimos da Petrobras) para compra de sete novos navios gaseiros. A apresentação das propostas pelos concorrentes ocorrerá em apenas três semanas, no dia 15 de outubro próximo.

O que o Estado quer e anseia é atrair um complexo de indústria naval para o Ceará, diante da estratégia do presidente Lula de que navios brasileiros sejam construídos no País, justificou o presidente da Adece, falando a deputados estaduais, lideranças comunitárias e moradores do Serviluz, que acorreram à Assembléia Legislativa para, mais uma vez, protestar contra a instalação do empreendimento na Praia do Titanzinho.

Barra do Ceará

Céticos quanto às possibilidades de geração de empregos e renda na área, anunciadas por Balhman, lideranças comunitárias voltaram a apontar prejuízos ambientais, sociais e culturais na Praia, caso o empreendimento seja erguido lá, ou em qualquer outra área do Mucuripe. A enseada da Barra do Ceará, uma área de 400 hectares foi proposta pelo Arquiteto José sales, mas foi descartada por Balhman devido à ponte. Porque não tira aquela coisa feia de lá e constrói outra, sugeriu Sales. Para o Titanzinho, a proposta da comunidade é transformá-lo em área de eco-turismo.